Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fallujah

persuadidos pelo silêncio
da noite escura
notas de veludo e pólvora
suspensas no ar

entrincheirados e sorridentes
avancemos
por entre os cadáveres
da antevéspera

há menos de um ano
num céu como este
dançávamos
ao som do violino do velho
que tocava sem cessar

avancemos
ainda que retesados e febris
nossos corpos
dentro da noite fria

ao longe o clarão de chamas
famintas flamas ruivas
se debruçando sobre a gare

arrastando-se pela planície
ecoa o chamado do trem
o último a despedir-se do continente

caminhemos
em meio aos escombros incandescidos
da estação

nossa carne febril tocará o fogo
nossas almas delirantes se incendiarão
no calor das estrelas

ainda assim
havidos no medo e na barbárie
sobreviveremos

Poema de Glauber Ramos