Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Domingo no Centro

Pelas ruas desertas da cidade
Na tarde ensolarada de domingo
As pedras mudas do calçamento
Estão incrustadas de tédio.

Nas opulentas escadarias
Da igreja matriz
Dorme um bêbado:
Por seu corpo ainda jovem
Passa um tremor intermitente.

É triste, sob o sol,
Em meio à beleza do dia,
Ter pensamentos sombrios.

Enquanto caminho, ninguém vê,
Mas à minha volta esvoaça
Invisível horda
De fantasmas do passado.

Poema de Jean Soter

de poeta pra poeta

poeta,
tira o teu da reta
que não vale a pena,
engaveta
o teu poema.

poeta,
segue teu rumo,
que o poema
não tem consumo.

em resumo,
solta esta caneta,
quebra este teclado.
tudo que está na gaveta,
ao teu lado,
tu queima.

faz o que te digo,
não teima.

deixa de ser besta,
tira da tua testa
este rótulo
de poesia.

ninguém quer o teu soluço,
o teu percusso
a ninguém interessa.

peça as contas,
faça a trouxa,
vá embora.

engole o choro,
engole o pranto sonoro
que ninguém ouve.

mas se poeta quiser ser,
guarda silêncio.
o teu silêncio
é o melhor poema

Poema de Isaac Bugarim