Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 4 de setembro de 2010

Negro de valor...



Negro de valor...

O sorriso que ilumina a paz...
Que também diz que é audaz...
O sorriso...
Que tanta inglória traz...
Mas busca ser nobre demais...
Reluz sobre o cobre, o ouro que é.

O olhar sempre em busca da chama...
Que inflama...
Que proclama.

A atitude sempre em busca de cartazes...
Querendo parir...
Parir as glórias da vida e assim reluzir...
Trazendo a importância da magnitude que é a democracia...
Sem hipocrisia...
Sem desarmonia...
Sem covardia...
Mas com muita fé, coragem e ousadia...
Trazendo na bagagem toda a história das feridas...
Com muitas lutas vencidas.

Muros pintados de cores fortes...
Unidas contra a morte...
A morte dos sonhos...
A morte da vida...
A morte da terra e suas avenidas.

O fim da tortura e do sangue...
Sangue de vítimas inocentes...
Que só queriam igualdade com muita dignidade.

Eram os sofredores...
Hoje são os vencedores.
Eram os escravos...
Hoje são os escritores.
Que escrevem suas vidas...
Trilhando a terra prometida...
De cada sonho...
Escrevem seus roteiros sem dor...
Sem cor...
Com muito louvor.

Roupas brancas e adornadas
Com seus guias...
Com suas crenças e suas diferenças.
Olhar esperançoso e sedento...
Sem querer se quer, o lamento...
Mas retidão.
Mas provisão.
Almejando a pluralidade dessa terra colorida.

Tem a cara do Brasil...
Tem os cantos de abril.
O negro...
O íntegro negro.
Cuja correntes arrebentaram...
E um novo destino, traçaram.

Anseia sociedade absoluta
Com sua conduta na luta...
Sempre na labuta de verem as coisas evoluírem...
De verem as coisas progredirem.

Nossa cultura vem do negro meu irmão...
Nossa terra é herança do negro meu irmão...
Foram eles que nos motivaram...
A terem força...
A terem garra...
A terem esperança...
Em dias de guerra...
Em dias lança.


((( Camila Senna )))


(Oração)
Dai-nos ainda nos dias de hoje, oh SENHOR!
Sabedoria para as cabeças pensantes,
Mas que só pensam em dinheiro,
Em riqueza...
Em nobreza...
Pensando que a tal nobreza...
Se encontra no ter, no poder...
Envolvido pelos brancos, brancos de cor...
Que muitas das vezes não tem valor.
Porque para ser de valor, oh meu SENHOR, independe de cor...
Credo
Sangue
Depende é do interior.
Da atitude
Da coragem...
Que os negros descriminados, que são até hoje, tiveram...
Mas eles são audazes e jamais perderão a majestade.


... A nobreza de verdade vem do pó, pó da terra, que foi erguido o castelo, castelo de guerra, guerra contra o preconceito e suas raízes obscuras...”