Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 15 de março de 2010

As ondas


As ondas erráticas
Que rolam sem mar
Por entre alamedas,
Por entre esses carros,
Intrusas, incômodas,
Me trazem memórias
Bafio de mar,
De mar que secou,
De nau que afundou
Co’herói e piloto.
Qual doidas sem rumo
Se quebram, rebentam
No pé do edifício
De escarpa e marisco.
Na noite serena,
Do quarto eu as oiço
Marulho de outrora,
Repletas de vozes,
De guerras e amores,
De frotas inteiras
Que não transpuseram
Tormentas e cabos;
Que não encontraram
Bom termo e farol –
Imenso alarido
De gritos no escuro...
E assim quando saio
Com pasta na mão,
Ou chego abatido
Qual ave arribada
Os pés eu remolho,
Cansado e calado,
Num mar de cadáveres,
Atrás de enseada
Pra enfim descansar
Um lenho de carne
Que sulca esquecido
As ondas de um mar
Em que naufragou
Remoto na história.
Por isso o que quero
É enfim devolvê-las
Ao mar dos banhistas,
Ao mar dos surfistas
Que quebra na Atlântica
Sereno e tranqüilo.
Felipe Mendonça -
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