Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ah...



SENNA


O que você é em minha vida?
    - Ah, um bicho-carpinteiro!
Um sonho pesadelo,
Um príncipe sem cavalo.


O que você é em minha vida?
    - Ah, uma dor sem cotovelo,
Inspiração pela qual eu escrevo,
Um verão sem carnaval.


O que você é em minha vida?
    - Ah, um teatro sem plateia,
Um aroma sem perfume,
Serenata sem janela!


O que você é em minha vida?
    Ah, um malmequer e eu bem querendo!
O paraíso sem janeiro,
Um norte sem roteiro.


O que você é em minha vida?
    - Ah, uma primavera sem setembro!
Tempestade sem um raio.
Um peixinho sem aquário.


O que você é em minha vida?
    - A paixão mais verdadeira,
O amor mais proibido, o sexo no ouvido,
O gemido gostoso sem gemer...
Por isso, mesmo sendo tudo isso, eu me entrego pra você!



((( Camila Senna )))



Tapete carmesim...

senna 
A dolência do passado não deixo-me entorpecer...
Que os laços errados apodreçam e venha o alvorecer.
Que as palavras torpes por si só, retornem aos lábios de nó.
Meu nome: “ousadia”, a mesma, os frios sem coragem tem medo de conhecer.

Faço da minha estrada cinzenta, tapete carmesim,
Sei que a poeira de outrora é grudenta, eu insisto e ponho fim!
Fim no velho jardim, cuja as flores, margaridas...
Morrem secas sem colibris.

Pele alva, olhos tristes, alma forte...
Sedenta de rios, cujo o nome: carinho.
Abomino a frieza, aquela, que não tem beleza e nem põe mesa.

A indiferença dos orgulhosos no penhasco,
Já não queima-me a carne,
Ofereço então meu regaço, misturado com meu canto, para seu pobre pranto.



((( Camila Senna )))