Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 4 de junho de 2010

Solidão




eu queria ver
não só o escuro
e as cores
do mundo
queria virar
de lado,
na cama,
e ver um corpo
pulsante
e etéreo,
com sexo frágil
ou forte,
me olhando
nos olhos dizendo:
tô aqui,
não vou embora.

Jorge Medeiros
(23-05-2010)

A melodia da Vitória...



Construí um Castelo.
 No mesmo, havia um Príncipe e uma Princesa.
 Só tinha dor...
 Mas as algemas se arrebentaram...
 E o castelo foi libertado.
 Restaurado e autorizado.
 A não mais padecer...
 E só querer crescer.
 Não tinha amor...
 O rio que outrora era seco, transbordou.
 Não tinha alegria...
 Mas a andorinha trouxe de volta o canto para nosso encanto.
 Não tinha paz...
 Mas a vontade de ser tenaz, nos trouxe sinais de chuva.
 Chuva essa, que movimentou as águas paradas...
 E nos deu uma guinada na estrada malvada.
 O Castelo está erguido, e não mais ferido.
 Restituído ele foi.
 O Príncipe e a Princesa...
 Era um casal normal, que almejava ser vital, nesse mundo de meu Deus...
 Queria os seus na luz, e não no breu.
 E os incrédulos que os serviam e conheciam...
 Passaram a crer em demasia, que um ser pode ter ousadia e ouvir a melodia.
 A melodia da Vitória!

Camila Senna

Sumário dos dias














Por onde passaste e te perdeste
Num mar de procelas borrascosas?
Nem mesmo tu sabes protegido
Por quatro paredes que te encerram.
Lá fora o dia é sem precedentes.
Não há nada igual e os homens catam
E contam calados as ruínas
Dos corpos imotos, sem desígnios,
Co’a comprida vela esfarrapada
De um lenho repleto de naufrágios.
Quiseste transpor o bojador
E êxito lograste em tão extensa
E arriscada empresa, porém não
Transpuseste a dor da solidão,
De quem pelo mar, expatriado,
Regressou sem fé, feito em pedaços.
Calecut alguma divisaste
Ao fim da jornada para a glória;
Viste tão somente um breu profundo
De abismos e pântanos sombrios,
Que é a própria máquina do mundo;
Mares em que não discernes céus
De amorosa estrela cintilante
Que a Deusa averruma no horizonte,
Pois toda a alma nasce sempre imensa
Até se encontrar co’o mar e ver
O quanto é miúda e sem destino,
Até defrontar-se co’as metrópoles
E ver-se sem alma na rotina.
E agora de volta para casa,
Anonimamente conduzido,
Melhor compreendes o que foste,
O que és e serás na tempestade
Íntima de ser que se procura
Sempre no maralto da cidade.

Felipe Mendonça -
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