Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
sexta-feira, 24 de junho de 2011
"Põe água na luz"
Primeira noite que iria passar lá
Namorava a minha futura esposa.
Fomos no final do rego d´água verificar o dínamo
A correia estava bamba !
Meu cunhado entrou no fosso, viu a ponta da cetilha
Regulou a boca de saïda d'água
Trocou o carvãozinho...
Correia esticada, carvão trocado,
Fomos na represa soltar a água
A luz foi chegando aos poucos...
Clareou de vez !
Acendeu o rádio que chiava
Chiava mais do que falava
Era assim, toda noite na roça
Äs vezes, a gente, distrai'dos lá em baixo, ouvia a sogra gritar:
Põe água na luz!..
Cetilha: boca que regula a sa'ida d`água ...e toca rodas horizontais...
Poema de Victorvapf
Exegese
Perfume-rosa, rosa augusta de
Perfilados dentes alvos
Que se colhem palavras para a
Composição do poema
(palavras densas de açúcar como o são
as passas estragadas; palavra-confeito
que se desfaz na boca, espraiando-se
pelas glândulas salivares)
Reter a paisagem, descobrir
O vocábulo entranhado no coração
Dos monturos, a palavra inservível
Presa de si mesma
Verbo em decomposição, destilando
Odores de metano
Esperar a noite, o cair da noite
O desenlaço de suas pétalas noturnas
E das sombras ver surgir
Seu tropel de criaturas segregadas
Vinde palavras prostitutas, ébrias,
Indigentes, viciadas de toda espécie
Escutai o bater de asas, um anjo
Por ti está em vigília
Ainda que um anjo coxo
Espécie de Quasímodo alado
Adentrai vossa casa, não temeis
Mesmo que edificada sobre o
Moralismo movediço de tratados
E convenções
Repousai na face virgem e alcalina
Do papel
Inaugurai nesta nova pátria inominada
Sob o estatuto do mencionado impossível
O tempo do caos transcendente
Poema de Glauber Ramos