Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 4 de agosto de 2012

Roteiros do Início da Europa (II)

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quando chegares a cork city deixa-te levar
pela alegria do velho irlandês que entoa o «get on bord!»
ao partir do ballygarvan enquanto tu
o cruzas ainda confuso pelo antigo gaélico segredo;

esta viagem deves fazer sozinho;
atravessarás a winthrop street até a contornares e entrares
na contemporânea phonehouse - não deves esquecer os teus
amigos, longe na solarenga Mostar ainda;

no Ryan’s pub junto das docas, uma fresca guiness de espuma tão leve,]
que o rapaz encherá três vezes, esperando um minuto e meio
entre cada gesto, far-te-á compreender como o mundo
não é mais do que aquilo que tu trazes contigo;
e tu não trazes nada, tu és o começo de tudo,
neste aroma céltico.

um texano hippie, de longa cabeleira, notará como trazes
a aliança do anarquismo no fio do teu pescoço; e quando ele
te perguntar «you’re one?», dir-lhe-ás simplesmente
«I just pretend so», porque queres conhecer;
tu queres desaprender tudo o que europa de te ensinou tão mal
sobre si própria, afinal

na outra margem, deves passear ao longo do river lee;
tu sabes bem como te poderias perder nele para sempre
naquelas águas tão escarpadas e miúdas ao mesmo tempo
onde duendes e gnomos banhavam
os seus arcanos mistérios

nem deste por isso, mas entraste já no countryside
onde tudo é tão verde
tão verde e tão espontâneo, que só o lee
te acompanha agora, à tua direita

sente o sangue a circular pelo teu corpo
consegues escutá-lo, correndo;
agora entendes tudo pela tua pele e não pelo pensamento
que é como se deve saber das coisas com amor

a noite começa e acaba cedo aqui,
com belas raparigas tão loiras e de sorriso tão perfeito;
também aqui a europa em copos de plástico pelo centro da
cidade, que morre pelas onze horas logo e
estranhamente

mas tens ainda tempo
e trazes Mostar ainda no coração, sorris orgulhoso,
porque o amor nos torna orgulhosos

e quando pela noite encontrares o ritual celta nos lábios
saberás que tudo fará sentido daqui a muitos anos, que a juventude]
é essa meia consciência;
mas não agora


não agora, em cork city



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Poema de Mario Revisited

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Roteiros do Início da Europa (I)

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nas ruas de Mostar
podes caminhar de alma lavada e o sol
de toda a europa aquecer-te-á os dedos relaxados
quando tirares um belo cigarro do teu maço
e na ortodoxia do dia claro
o acenderes pronto

belas raparigas não te devem fazer esquecer
como é bom com os velhos amigos de sempre
descansar sob a ponte do Neretva
de toalha na doce erva e rir
de ti próprio e de como eras o mesmo
há tanto tempo;

cortarás um bom queijo, com pão, maravilhosas azeitonas]
que só o mediterrâneo te dá
e o laranja pôr-do-sol fará encantar os olhares
das virgens de Medugorje
sobre ti

tranquilo, deixa que a noite caia
que a europa não seja mais
do que aquela rapariga que veio agora ter contigo

e segue-a como se segue

a um deus





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Poema de Mario Revisited


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uma notícia para meus leitores

Hoje serei a noite, debaixo do sol, a dançar, e, hoje,
dir-me-ás sempre que nunca o vento me levou tanto
a descendência do teu moinho sublinhada pelo
pólen, e, só hoje, suavemente sublinhada quando é
a madrugada um vinagre amputado de braços, ou
dir-me-ás sempre que a água é um fio que gosta
de atirar as flores para o céu, ou que gosta
de perder-se com pequenas charruas dentro
dos setembros com sol, e até ao parto desse espelho
agarrado pela noite ou até a esse parto num ramo
de onde alto sairá o mar e que quis sempre dar-to

Hoje serei a noite, debaixo do sol, a dançar, e, hoje,
dir-me-ás sempre que nunca o vento me levou tanto
a descendência do teu moinho sublinhada pelo
pólen, e, só hoje, suavemente sublinhada quando
a madrugada ia levando o sol como o pedias,
e dir-me-ás sempre que o sol é o última planeta do
nosso sangue que se vê em pecado até os rios que
chegarão à Sesimbra numa corrida de fundo para
as rosas, e que chegarão num loureiro de hálito
diferente doado ao vento, doado e quase como uma
boina para um instante de seda, Meu amor



As gôndolas nas grandes luas de Plutão será brevemente
editado em Espanha. E, só graças a vocês, isso foi possível.
Hoje, eu sou um poeta feliz por isso, e também curioso
para ver a musicalidade que o tradutor irá imprimir…

um abraço a todos
Deixei-vos um poema, que é dos últimos que escrevi.
E isto é um privilégio, penso eu

http://www.bertrand.pt/ficha/as-gondo ... uas-de-plutao?id=13053296


Poema de Francisco Eugênio Seixas Trigo

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