Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 4 de dezembro de 2011

"mapear-te.."

morada. vertente da conduta pós-pele e alta de febres
à cada. procura voraz de entreter um prévio coração
(este!)oh, doce mente.. tão doce e latente concussão
por chamada tarja de quedas, ora quimera.. ora se perde.

por intuito. hábil, de volteio alheio aos livres olhos teus
qual virtude. e deflagração em carne, pois: cópula-de-registro!
a mapear-te.. impulsão. por in.razão absurda, por risco
seja-me à carta que desapego, ou à letra que te escolheu

a este ponto raso, de margem contido: em lago frívolo
se for à hora primária de contacto, oh.. tarde deste palco!
se for à seiva da carne criada de pátrias, oh.. pecado adiado.

conflito.. evitado por inclusão e ruptura de visão alguma
ou, referência.. lista planejada à carga entretetida de lisuras
largue-me!! cubra-me ao véu que te prega ao céu mais ilícito

(algo perto, alvo fixo..)

Poema de Azke

Dois poemas de Aline Capistrano

Ceia profana

Dane-se o natal e o novo mundo
Deixem somente as rabanadas
As quais eu nutro amor profundo
Rimem heresias e maldições
Pendurem nas árvores os colhões
Pro inferno a poesia
O amor e a hipocrisia
Matem a razão meia noite
Depois sirvam vinagre
Partam o peru a foice
Sirvam na comadre
Bestas apocalípticas
Vergonha da sua nação
Na boca sempre um palavrão
Uma palavra prostituta
A língua falada é puta
A discórdia azeite
O ego um pedaço de pão.

Toco fogo no céu

Tem anjos demais para pouco céu
Alguns devem ir para o inferno
Abro as asas e aponto os réus
Dou a sentença
O céu é de quem o viu primeiro
O ultimo será mesmo o derradeiro
Comigo não tem ditado
Nem a puta da democracia
Aqui é por ordem de hierarquia
Acaso o céu não me aceite como juiz
Toco fogo nesta bagaceira
E tudo fica como fim de feira

Poemas de Aline Capistrano

serragem é o peito vazio

quando o mundo ainda era jovem
a poesia era o reino onde ninguém morre
testemunha o inferno
a raiz da ira
um pulso em flores
como uma árvore
que se dobra pelo vento e volta
porém, a mão não poderá jamais
ser maior que a palavra que empunha
destruindo de dentro para fora
como um prego em uma ferradura
ou um céu sem nuvens a trovejar
nesse imenso salão de baile chamado universo
o meu sangue é da mesma cor que o teu
a alma é imortal
e encontrar um motivo para não puxar uma palavra
em vão ou vã
é justo imortal e divino
os fios das harpas são deuses
mantém o vosso chão
para que tenham o ar da liberdade


Poema de Vânia Lopez