Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 4 de julho de 2012

carochas, bicicletas & biplanos - 24

 
 
 
Eu também acho. E melhor: soube recentemente, tem alguns exemplares à venda de “Histórias do Deserto” desse autor marginal e louco, que é… como se chama? Bem, não interessa.

Uma livraria nas instalações duma antiga fábrica. Tudo em metal. A escada para o primeiro piso. Um espaço amplo, onde o livro se sente com dignidade. E o visitante anda por ali. Vendo e mexendo. Inserido num complexo de ateliers e escritórios, com ligações à moda e às artes. Edifícios entre a ruina, o antigo, o pós-moderno, há uma frescura apesar da estrada de paralelepípedos centenários que nos obriga a sempre um passo em falso como que atravessando uma ventania ou outros ventos simbólicos que se referem a quando a altas horas da noite o equilíbrio das pernas é titubeante devido a alguma excessiva reserva etílica no organismo.

Uma livraria para ser visitada como local estranho e sublime. Para se estar e não apenas passar. Daqueles locais em que apetece que anoiteça e as horas se instalem como gatos furtivos e lentos. Ficar por ali na conversa. Sobre livros. Que se sabe que é sobre a vida. Tudo é sobre a vida. Venha de carocha VW do outro século. Venha de bicicleta pasteleira e ferrugenta. Venha de biplano guiado pelo barão Von Richthofen. Mas venha ler e estar à Ler Devagar. Em Alcântara, não muito longe dos bares. Tropece e caia por ali. Nas páginas dum belo poema ou nas ruas escuras dum livro de viagens. Vale a pena a viagem. Pode ser que me veja por lá. Se for, toque-me no ombro e beberemos uma ginginha ali por perto, para os lados do largo do Calvário.

(Jun. 12)

Autor: Carlos Teixeira Luís


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