Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 11 de junho de 2011

É preciso amar o diabo

É preciso amar o diabo,
Touro e carneiro sobre nossas carnes,
Aranha, desejo
Sobre as horas vazias.

É preciso amar o diabo,
Mosca a rodear
As nossas pestilências,
Mão que flagela e alicia.

É preciso amar o diabo,
Abutre a estraçalhar-nos,
Negror a nos subornar
Com um saco de moedas.

É preciso amar o diabo,
Moabita a nos aguilhoar
Desde Fegor, língua e falo
A nos violar com labaredas.

É preciso amar o diabo,
Boca, bacilo, a nos morder
Com milhões de dentes,
Líbia a nos tornar o seu vassalo.

É preciso amar o diabo,
Goela a nos beber concupiscente,
Monstro do Oriente, tentáculos
E ventre a excitar-nos os mamilos.

É preciso amar o diabo,
Satã, Baal, Lúcifer e Asmodeu,
Luz que o próprio Deus
Quer nos roubar...

Felipe Mendonça -
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