Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Dois poemas de Joelma Maia

Anunciação

E que haja sempre um bom vinho
Quando os pirilampos alucinados
Com o cair da tarde nesses beirais
E mergulhados em passiva devoção

Os amantes infiéis dos rigorosos invernos
Solidários cantam em seu mais grave tom
A canção dos aflitos. Benditos sonâmbulos!

Perdidos na boca da noite fria,
Essa aflita viúva desamparada
Que propaga a solidão dos véus

Imortal seja essa ponte passiva
Para tão espetaculosa anunciação!

Um minuto de silêncio

E escuta-se apenas o murmúrio
Das águas que descem
Para regar essas sementes
Agora jazem soterradas

E para selar esse momento
Ouvem-se apenas águas, águas...
Mares que brotam de tantos olhos
Que já mortos, ainda vêem!

Poemas de Joelma Maia