Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 3 de agosto de 2010

Não quero morrer em vida...




Me estranho facilmente com a bendita morte.
Morte da essência que envolve o âmago.
Morte do fundo musical dos sentidos.
Não sou impenetrável, até queria ser.
Só assim, as coisas que não admiro, não passariam por mim.
Queria ser uma esfinge, veloz, sagaz...
Sugar o néctar da vida e ser imortal, ser real.
Sei que é só devaneio, mas do que vale a vida se não pudermos devanear?
No desalinho da minha mente, me alinho...
Na esperança de viver saborosamente, pretensão?
Não, fantasia!
Ai se não fosse ela a me aplicar anestesia...
Anestesia da arte, arteira que sou, não me conformo o conformismo.

Por vezes me vejo num motim, querendo a desordem.
Desafiando os que dormem, dormem o sono da ruindade.
Desafiando os que não sentem dor, a dor da saudade.
Desafiando os que não amam o amor, o amor e sua plenitude.
Desafiando os que não pedem receita, porque são frios e vivem fingindo ser sadios.
Desafiando os que não sabem chorar, por terem medo de se declarar, de se libertar.
Desafiando os que tem medo de amar, que não amam por covardia...
Mas que bobagem, amar é um risco que só quem corre são os intrépidos, é o frio mais gostoso que minha barriga já sentiu.
Será que minha visão é platônica?
Eu responderia que sim!
Os olhos da minha alma chamam-se utopia, é aonde minha vida vira poesia.
Seja na tristeza ou na alegria.

Quero viver todos os sonhos que já não cabem dentro de mim, loucura ou realidade?
- Os dois, minha louca realidade...
Não quero ser sã de verdade, quero apenas existir de verdade.
Faço questão que a frustração tenha ódio de mim.
Fazendo a desesperança implorar não passar por mim.
Quero viver o fim da guerra, a guerra dos sonhos impedidos.
Quero o diploma de que eu estive aqui, de que eu existi!
Vivi...
Aprendi...
E apesar dos pesares, fui feliz.
Não por vaidade, mas por realização, por tesão.
Tesão na alma, sem mais explicação!



Camila Senna

Não sou poeta

Como quer
que eu seja poeta?
Se não fui menino
de aquário,
olhando o mundo
por trás da vidraça
da janela?...
Fui às ruas,
roubei goiabas
na casa da vizinha
olhei as calcinhas
das meninas
nas escadarias da Penha
fiz peraltices
no terreno baldio
nas estradas
(atrás do tanque não deu)
sangrei com soco
no nariz
roubei dinheiro
da bolsa de mamãe
chutei canelas
no futebol
(fui dono da bola)
...
Não. Não sou poeta!
Não tive tempo
de olhar a vida
apenas vivi.

Jorge Medeiros
(27-07-2010 - 13:43 h)







O medo
nunca visitou
aquele homem.
Ele nunca
ficou em silêncio.

Jorge Medeiros