Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 27 de abril de 2012

"ontem"


alheio veto(..em têrmo precedente)
casual demanda. de interesse(mútuo?)
pecado refém(e mantido!)
à demonstração incólume
à preferência e o controle
eu..
já eu nem sei a que me denotar..
(tardio, tardio..)

oh,
liberdade por decisão abstracta
das.
(minhas)linhas inteiras de ti..

às minhas preces
às minhas colheitas de febres
e
ainda,



é carta..
(é causa.)



- ferve!!





..







não te detém o crime simples
nem à terça parte do espaço em lapso que te há
uma. cena duvidosa por um pacto desfeito

e,

não te vêem em ilícito olho nú
não te controlam à marca da agulha
qual presença e qual história..
qual desvio.
império de mim.










..







vai.. é a tua trégua dos sonhos preferidos e meus
vai e te livra em assoalho dos desenhos que te fiz
me condena em fúria por um fogo que nao te ardeu
me denomina. ao predicado lugar em letra(fria) e giz

renega a frente do meu nome.. cai à minha esquerda
entrega à linha e partitura um erro crasso que despertou
ainda que te sonhem à alvorada, é sempre chama acesa
ainda que te consuma.. vai e nao olhe pra tras, meu amor..

deito este conto voraz.. à quimera passageira e carta-final
eu.. despeço-me da noite que nao te é, nao te faz ou vê
eu.. entendo-te! são os teus pecados fixos em água que te crê

eu sou a lâmina de todos os dias desiguais, um acto de frente
eu desfio a minha tragédia que te qualifica longe e lado poente
então.. é esta! a tola lápide do teu nome criado: um teatro-carnal







eu..
já nem sei o que te colhe
(eu nao pretendo esperar e ver!)
porque eu..
já nem acredito nestas chamas
eu.
nao me lembro de você..













..hoje.

Poema de Azke

descobre-nos


I

quero-me em tantos eus
que por vezes os esqueço,

e quando os reencontro já não os conheço
ignoro-os,

nesta

ignota viagem que queima a pele
ainda por sarar,
descobertas direi

nesta imensidão que o olhar já não abrange,
e,

quando me sento no meio de mim,
fala-me o eu que eu sempre serei.

descansam os outros.

II

descobre-nos,

descobre-nos no meio das orquídeas
que o nevoeiro escondeu

como se não existissemos, apenas sussurros

incompletos, repetidos.

e mesmo que invisiveis fiquemos na terra onde regressámos,
ficarão sempre as saudades

do dia em que partimos.


Ricardo Pocinho (Transversal)