Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mito e história




O mytho é o nada que é tudo.
(Fernando Pessoa – Mensagem)

O mito é vivo e traz mistérios.
Em bela estância ele revive,
Se faz concreto e puro espírito
Que a nós se liga identitário.
Não há retórica que o exceda,
Pois se estetiza em bela heróida
Do grande bardo da nação
Que sabe a História reescrever.
E se dissessem: - Só de fábulas
É que teu canto se sustenta!
Retorquiria com firmeza:
- Nem só de fábula ou mentiras
É que se arranja a minha estrofe,
Mas desses fatos e pessoas,
Testemunhados pela História,
E que estetizo em pura idéia.
Por isso, digo que é mais belo
Ouvir história em canto e em verso
Do que por crônica ou compêndio,
Já que no início era o poeta
Quem memorava a todo o povo
Que do destino dos heróis
Se entende o fado coletivo,
A própria vida que se vive;
E, deste modo, em verso e ritmo,
Embalsamava ante os instintos
Do sage experto à plebe humilde
A azada história de uma gente,
O senso histórico da vida,
O presumido antes do verbo,
O raro aroma do que é mítico.
Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

PENÉLOPE



PENÉLOPE

Minha fidelidade abrandará os temores do meu coração
Os anos passados entre mares de águas desconhecidas
Serão lembranças espalhadas pelos moinhos da planície
Que fecundou a esperança nas minhas madrugadas áridas

Meu passado é passageiro na chuva miúda da ilusão
Prisioneira dos pássaros negros que me afundará no anoitecer
Em que tentarei escalar o amanhã que não existe
Nas cantigas de outono do caderno que esconde o beijo roubado na minha vastidão

Meu remorso é não ter partido para a floresta de diamantes
Quando o navio dos sonhos estava com as portas abertas
Então encontraria o impossível nas montanhas verdes
Que se apresentam como futuro cada dia mais distante

Seus olhos entristecidos refletem a imensidão do seu universo
Que só será habitado pela pureza de um amor eterno
E carente dos carinhos guardados no inverno de desesperança
Espero que o canto das sereias não a leve de encontro aos penhascos do desencanto

Sou prisioneiro dos dias que passarei no castelo de areia
Enquanto esperarei que regresse do inverno
Para sentir toda a devoção que tenho
Para alegrar os olhos tristes que o vento irá colorir

Autor: Arnoldo Pimentel

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Identidade

Se alguém perguntar
Quem eu sou
Diga que sou uma criatura quase humana
Algo entre religioso e monstruoso
Um simples moço.

Se alguém perguntar
Em que dia nasci
Diga que foi num dia
Em que Deus, muito estressado,
Com tanta coisa lhe enchendo o saco
Fez com que minha mãe
Bota-se pra fora
Algo que não fosse nem pergunta e nem resposta
Uma complicada incógnita.

Se alguém perguntar
Qual é a minha cor
Diga que é a do mundo inteiro.
Pintada por festas, sofrimentos de amor,
Muitas revelações e alguns segredos.

Se alguém perguntar
Qual é a minha
Curto carne, frango e sardinha
Ou qualquer outra coisa que esteja na panela.
Curto também pessoas
Muito além do que elas têm entre as pernas.

Se alguém perguntar
Onde moro
Diga que por aí
Chegando de repente
Sem hora pra partir.

(Marcio Rufino)
Todos os direitos reservados.


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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Casal





A Dani com amor.
O melhor que fazemos e pensamos
É o que podemos dar-nos, frágeis ramos
Em meio a tiros, becos e fuzis
Na cidade onde a vida é por um triz.

Ser e amar sobejados de reclamos
É um risco, mas aqui nos enleamos
E nos amamos loucos nos perfis
De rostos fractais, de chuva e giz.

Fingidas faces? Corpos encenados
Debaixo dos lençóis de linho e sangue,
Em meio à tanta gente morta e exangue?

É o que somos – atores enganados
Co’as máscaras partidas por cidade
Anônima que nosso quarto invade.
12.06.2009.
Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

NÃO DOEU



NÃO DOEU


Foste embora pensando que eu ia sofrer
Eu mesmo achei que não iria sobreviver
Mas, agora que já foste, trate de me esquecer

Num dia disse: Te amo
No outro disse: Foi engano
Na verdade enganado ficou você

Não perdi você, você me perdeu
Achava que era amor, engano seu
Não pode ser amor, uma perda que não doeu

Autora: Silviah

SEM LEMBRANÇAS BOAS NA MOCHILA



SEM LEMBRANÇAS BOAS NA MOCHILA

Vou partir sem olhar pra trás
Esquecer todo o bem que foi feito
Porque os ladrilhos quebrados
Sempre cortam mais fundo a carne crua

As lembranças boas não servem na estrada
São apenas ítens que farão a mochila pesar mais
Enquanto a sede agrava a solidão que deveria morrer logo
Para não deixar vestígios na poeira

Talvez eu não tenha mesmo direito de viver na lua
Tenho perdido água durante a noite sem desejo de viver
Meu coração já não sente o bater da aurora
Bem sei que o dia não amanhece no meu bosque

Sou filhote de lobo faminto sem presa para caçar
Sem vírgula para separar as frases sem sentido
Um grito solto no deserto escuro
Tentando ser ouvido nos muros do paraíso

Meu paraíso naufragou numa noite sem chuva
Nem meus braços puderam alcançar uma ilha
Vou padecer sem lembranças boas na mochila
As lembranças saciavam minha sede e escorreram para o chão seco

Meu corpo deixará de ser meu abrigo
Vou vagar no deserto longe do sol
Serei o ato descartado no final da peça
Palco vazio que ficou sem vida

Autor: Arnoldo Pimentel

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Jardim

Neste jardim em que há muito
Não cultivo, passo ou cuido,
Quero plantar, pôr botas
E mexer na terra,
Lançar fora
Seixos e abrolhos.
Nele quero labutar,
Reconstruir minha sebe
Ver minha gota de bile
Irrigando a terra.
Quero regá-lo pela manhã
E segá-lo com afã.
Quero levantar bem cedo,
Preparar meu espírito,
Pegar na pá e no ancinho
Cuidar do solo maninho
E não deixar que o sono
Prolongue o verão e o estio
Para despertar minha esposa
E dar bom exemplo ao meu filho.
Não quero ver de novo
O trabalho perdido,
O mato crescendo
E o espírito alquebrado
Sem saber recomeçar.
Assim quando a primavera chegar
E eu já estiver morto,
Depositem no meu túmulo
Tanta rosa e gente vingadas
Que um dia disseram fanadas.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

Jardim

Neste jardim em que há muito
Não cultivo, não passo ou cuido,
Quero plantar, pôr botas
E mexer na terra, lançar fora
Seixos e abrolhos.
Nele quero voltar a labutar,
A amar e a cantar,
Ver minha gota de bile
Irrigando a terra.
Quero regá-lo pela manhã,
Embalá-lo no berço do solo maninho
E contemplá-lo do meu alpendre.
Quero levantar bem cedo,
Preparar meu espírito,
Pegar na pá e no ancinho
E não deixar que o sono
Se prolongue
Para despertar minha esposa
E dar bom exemplo ao meu filho.
Não quero ver outra vez
O trabalho perdido,
O mato crescendo
E o espírito alquebrado
Sem saber como recomeçar.
Assim quando a primavera chegar
E eu já estiver morto,
Depositem no meu túmulo
Tanta rosa e gente vingadas
Que um dia disseram fanadas.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

POESIA SEM LADOS



POESIA SEM LADOS

Minha poesia se desencantou
Como o mamão maduro que caiu
No chão molhado pela chuva ácida
Maduro
E sem futuro

Minha poesia não é mais encanto
É o pranto
Que foi iluminado na paisagem sem lados
Sem o azul céu
Sem gostas de mel

Minha poesia voltou para o gueto
Onde viu os pombos desalinhados
Procurando caminhar descalços
Sem saber escrever um soneto

Minha poesia morreu
No meio da vastidão sem palco
Sem campo para pousar
Sem corda para se enforcar

Autor: Arnoldo Pimentel

domingo, 14 de fevereiro de 2010

MINHA BANDEIRA

Minha bandeira tem verde
Que representa toda a mata
Amarelo que representa o ouro
Branco que representa a paz
Azul que representa as águas
E as estrelas que representam
As malas brancas indo viajar
Seja para a Suiça ou outro lugar

Minha bandeira é a mais bela
Mas o verde foi queimado
O amarelo foi roubado
O azul está imundo
E o branco ensangüentado

Minha bandeira é a mais bela
Mas está em meio mastro
Em algum lugar
Pelas mortes que nós
Não conseguimos evitar

A bandeira que é a mais bela
Representa todo o povo
Povo brasileiro, povo orgulhoso
Representa tua esperança
Que morre, no ato de votar

Mas sei comigo mesmo
Que minha bandeira
O povo quem irá costurar

Autor: Romulo Pimentel

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

POESIA

já imaginou se
um porco construísse uma igreja
já imaginou se
um urubu construísse um avião
já imaginou se
um cachorro construísse um poste
já imaginou se
uma tartaruga construísse um edifício
já imaginou se
um ben-te-vi construísse uma orquestra
já imaginou se
um galo construísse um navio
já imaginou se
um mosquito construísse um hospital
já imaginou se
uma formiga construísse uma casa

já imaginou se
uma coruja construísse uma noite
já imaginou se
um escorpião construísse um hospício
já imaginou se
se um boi construísse um grito
já imaginou se
um peixe construísse uma fábrica de águas
já imaginou se
um cavalo construísse uma oficina
de conserto de asas

incrível mas tudo isso e mais é possível
basta você se aproximar da poesia


Rubervam Du Nascimento

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Fuga

Ah, eu queria apenas
Uma exígua porção
Da rara antimatéria
Capaz de devastar
Todo bairro onde moro,
E a excelsa espaçonave
Lançá-la nos confins
Do espaço sideral.

Partículas tão raras
Presentes nos primórdios
Da nossa formação,
Imagem especular
Do que não nos tornamos,
Matéria negativa
Que enfim se consumiu
Em luz e em energia.

Ah, eu queria apenas
Atingir os limites
Deste imenso universo
Finito, mas sem margens,
Contemplar enlevado
A máquina do mundo,
A primordialidade
De seu funcionamento.

Ah, eu queria apenas
Ver todas as estrelas
Que nascem lá nas Nuvens
De Magalhães, pilares
De outros mundos e sóis.
Contemplar as moléculas
Chocando-se entre si
Em espirais sem fim.

Canópus e Capela,
Vega, Rigel e Prócion,
Poláris e Altair,
Aldebaran e Pólux,
Betelgeuse, Castor,
Sírius e Belatrix,
Dossel de astros que apontam
De Cão a Ursa Menor.

Ver todas as estrelas
Verrumando nos céus
Noturnos das cidades
Que também se iluminam
De luzes e néon
Nas ruas e avenidas
Em que os homens se perdem
Feito estrelas cadentes.

A mim basta só isso.
Da deusa não preciso,
Nem de revelação
Na estrada pedregosa
Daquele ancião de Minas.
A mim basta só isso:
A energia que possa
Lançar-me neste espaço.

Porque a realidade
Não é um teorema,
Nem clara se desvenda
Em rápido relance,
Nem a reinos nos chama,
Porque já estamos nela
Sem sequer se importar
Se a queremos ou não.

Oh, este mundo! Sim
É possível medi-lo,
Entender seus princípios,
A origem e o destino
Do que nos concebeu:
A primeva matéria,
Ínfima e subatômica –
Os quarks e antiquarks,

Matéria e antimatéria
No espaço colidindo,
Gerando mais partículas
No caos das incertezas
Que fez as quatro forças
Então se separarem
E enfim impulsionarem
A máquina do mundo.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Lágrimas

Estás sentado calado e sem despistar o choro, suas lágrimas caem ao chão.
Estás sentado nesta pedra que te faz viajar ao tempo sem rumo e sem volta.
Estás sofrendo de uma forma imunda e sem razão.
Na beira deste rio movimentado com o seu choro.
Escondido entre as árvores que balançam com sua dor.

Seu olhar frio e violento pelo brilho
Me faz temer sua nova versão de seu novo ser.
Felicidade por um fio e os dias contados daquele menino
O que eu posso fazer?
Cercado com carinho estirado em seu silêncio
Amargurastes neste vazio.
Quê será de você?

Não queres comer
Não queres beber
Não queres dormi
Que serás de ti, meu caro amigo?
Serás capataz de sua própria tristeza?
Me deixas acrescentar a felicidade neste coração.
Levarei para caminhos que possa sentir esperança.
E rejuvenescer para o novo mundo que estás em sua espera.
Pois só há razão em viver se houver esperança de crescer,
Através de cada lágrima.

- Cristiano Soares Moura

sábado, 6 de fevereiro de 2010

ENTARDECER



ENTARDECER

Os ventos já não balançam as flores
Já não sinto o toque das pontas do mar
Estou sentindo meu entardecer ancorar
Nas bordas do porto exausto de tanto esperar

Meu mergulho lívido já não é profundo como quando buscava tesouros
E as sombras do fundo do mar norteiam a superfície com pouco sol
Que está escondido entre as nuvens partidas que se assemelham com o fim da lua
Desnuda pelos olhares de marte

O horizonte já perdeu o tom avermelhado que o diferencia da manhã
Onde os ventos eram fortes e os moinhos viviam a plenitude
Nas planícies repletas de amores furtivos e vazios que transbordavam o coração
Nos celeiros escuros e cobertos pelos olhares inocentes que vinham de longe

Os ventos já não movem meus olhos na esperança de vislumbrar
A fada que iluminava meus dias com sua sedução tímida
E mãos de seda que passeavam pelo corpo sem descaminhos
Descobrindo o amor na sensualidade exprimida entre beijos atrás da estrela cadente

O anoitecer é a desilusão do dia
Tudo que era claro fez-se escuridão
Parece que a vida vai deixando de existir aos poucos, lentamente
Enquanto o sol se esconde entre nossos sonhos

Já não sinto os ventos no meu rosto entristecido pela palidez
Minha sedução virou lembrança entre as paredes do meu oceano
Meu dia está enfraquecendo enquanto o entardecer toma forma
A noite vai cobrir meu corpo e dormirei o sono sereno da quietude sem fim

Autor: Arnoldo Pimentel

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Deuses

Se existe um deus
Que se interessa
Por tanta gente,
De certo é o sol

Com seu calor,
Feixe de fótons
De labaredas
Por vasto céu.

Se existe um deus
Ínclito e forte,
Só pode ser
Alfa Centauro,

A Betelgeuse,
Gigante prestes
A desabar
Sobre si mesma,

Cisne X-1
Ou os pulsáres
Como faróis
A irradiarem

Raios letais
Por todo o espaço;
Ou os quasáres
A propagarem

Luz e matéria
Pelo infinito;
Ou os severos
Buracos negros

A devorarem
A própria luz
Que me ilumina
Do firmamento.

Se existe um deus,
Só pode ser
As centilhões
De estrelas vivas

Que vão morrer
Numa explosão
De gás e pó,
Matéria à vida

À formação
De novos sóis
E novas terras,
Ao chão e ao berço

De mais espécies
Que indagarão
Se não surgimos
Do pó de estrelas.

Deuses que não
Protegem, cuidam,
Que não se alegram
Com quem formaram,

Que não te julgam
Por não ter fé,
Tão pouco amor
A Deus e ao próximo,

Porque são gases,
São reações
Que geram luz,
Toda energia

Que faz do solo
Nascer o trigo
E o pasto ao gado,
Enquanto rezas,

Enquanto pedes
Sem perceberes
Que a vastidão
Não tem memória

Não tem vontade,
Sequer um plano
Diverso disto:
Do que formou

E destruiu
Pela entropia,
Por tantas vezes,
Teu firmamento.

Por isso, eu peço,
Aos deuses, rogo:
- Vem, contra mim,
Ó imensa Andrômeda,

Chocar-se toda
Devoradora
E canibal
Para formar

Do caos, a lei,
Novas galáxias
E aglomerados
De leite e luz.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Faltou luz

Faltou luz na rua.
Estou na escuridão.
Estou nas trevas.
Estou no vácuo.
Refletindo o que me resta.
Que uma só estrela
não ilumina toda a terra.
Ouço vozes.
Vejo vultos.
Sinto pessoas.
Reclamando
cantando
conversando
xingando.
Busco um sentido.
Procuro um sentimento.
Viro um nó cego
na garganta do mundo
que me move parado no breu
e se divide
entre o medo e a volúpia
o receio e a malícia
o pavor e a luxúria
o terror e a cobiça.
O quero eu desse lugar?
O que quero eu de mim?
Porque permito que o que eu não quero
venha me humilhar
e rebaixar toda a idéia e vida
parida em fim?
Cada coisa tem seu tempo
firme ou nublado
limpo ou nuveado.
Não me preocupo com o que já era para ter chegado
mas com o que está para chegar.
No meio do nada
recobro um verde-esperança
vindo de um sonho azul-céu
trazendo a luz que volta, mansa-branca
dentro dos seus olhos castanhos de mel.

(Marcio Rufino)