Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
quinta-feira, 3 de março de 2011
contradições de pele
uma alma que menstrua
(só com a lua)
não me encaixo nos dias
vomito minhas memórias
sou feita
prefiro o frescor do selvagem
um cigarro
um homem
um bolo de chocolate
não existe paz
nem anúncio nas costas
faço barulho com o papel
deixo na pele o recado
(juras e promessas)
minha fome me come viva
treme como folha
gosta da ausência no vestido
um quarto vestido
e o corpo sem botões...
onde eu estive minha vida inteira?
você sabe...
fala!
vivendo o melhor papel da minha vida:
ser mulher!
Caí de um corpo
Completamente eu
(pronta para viver um livro inteiro)
Poema de Vânia Lopez
Dois poemas de Iatamyra Rocha
O silêncio é abrasador
Fecho meus olhos
Entregue na minha leitura
Perdida entre beijos
Sentindo na pele a luxuria.
As palavras me tocam
Como um punhal em fogo
Imagino tua mão censurada
Ao me ler pouco a pouco.
Remeto-me ao longe
Em ligas e cetins
Castelos e condes
Relendo a Anais Nin.
A madrugada excita
Desvirgina a solidão
Entre livros e sonhos
Queimo de tesão.
Guardados
Fecho as cortinas
Meu corpo santo
Minhas presilhas.
Minhas águas cálidas
Meu ventre
As palavras pálidas.
Tranco meu amor
Meu infinito
Guardo a dor.
Minha pele confusa
Meus passos ermos
A febre que pulsa.
O tempo de te ver
A cama perfumada
Meu gosto em você.
Fecho, guardo, tranco
Teus nós e elos
Só por enquanto.
Autoria: Iatamyra Rocha