Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 2 de julho de 2012

Insensa Tez Revisited

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ninguém sabe porque escreve
ou porque o céu desflorou a virgem;
ou quanto sal nesse beijo nos foi
que a ampulheta virou rosa
pegou de assalto a velha locomotiva
e nesse instante tu sorriste;

chorem por mim que eu só quero
____________o que dói ou não existe



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Poema de Mario Revisited
 
 

carochas, bicicletas & biplanos - 23

Matei Morri Sequei Voei Nasci Adoeci Finalizei Orei Morri Nasci

E haverá de ser sempre assim. No poema morre-se várias vezes e ressurge-se vezes sem conta. A figura poética é alguém que ou não morre ou morre sofredoramente quantas vezes o autor queira. A própria Literatura um vão desejo de imortalidade, quando não de mortalidade em vida. Aqui pode-se morrer antes de nascer. E depois ressuscitar mais além. Querem que dê exemplos? Vá, vão lá pesquisar. Saibam que dá um trabalho dos diabos. Por isso se poupa na pesquisa.

Fui rato ave de rapina urso crocodilo de bairro vi ninfas ou parecido amei oliveiras e muito mais antes que o dia nascesse

Acusa-me de usar a prosa e poesia na mesma frase, no mesmo texto, na mesma sinapse. Faço-o por impossibilidade. É assim que gosto, sei e quero. Pune-me. Expulsa-me. Faz o que quiseres.
Já fui street boy até ás finas e tecidas roupagens da fria madrugada e sobrevivi, não muito bem mas como foi possível. Sei lá de poesia. Vou falando e escrevendo.

Sol Poeira Rocha Caminho Nudez Sol Noite Geada Mulher Cão e Pão

(Jun. 12)
 
Autor: Carlos Teixeira Luís

Carochas, bicicletas & biplanos - 22

Deve-se modificar um poema. Deve-se modificar um poema até não poder mais. Até ele nos derrotar. Ou até o destruir. Destruir um poema. O maior medo. Pensar que a inspiração nos bateu à porta e ao querer melhorar o poema apenas o destruímos. Mas destruir um poema é de criador. Só destrói quem constrói. A aprendizagem e o lamento é a nossa escola. Mesmo que o poema fique pior do que antes. Tudo isto é sem roteiro e uma grande aventura. Afinal não queres tu ser poeta? Se lhe vestes a pele tens também de amargar o acto de artífice de esculpir palavra a palavra o poema nem que seja para o deitar fora a seguir. Nunca te dês por satisfeito. Isso não é de poeta.
E isso da inspiração vem da religião. Uma entidade que nos envia mensagens sabe-se lá como. Hoje sabe-se que inspiração divina não é para todos. E tu queres para ti, não é? Tem calma, amigo, também eu queria. Se queres fazer poemas não esperes o além, trabalha e transpira. Trabalha mais do que nunca e depois podes dizer o que quiseres. Se sair bem, dizes que foi a inspiração, ninguém dirá o contrário. Acredita. Melhor, experimenta. Vai e faz melhor, é a lição dos grandes poetas. Eu brinco a isso, e por isso mudei este poema e nunca saberei se para melhor:

E depois de Neruda

Nunca mais o amor será tão fogo líquido e solar
chama antiga rubra depois de Neruda

Tão mulher e colina deusa de Lisboa
muralhas com dorso deitado ao rio em rubor

E depois de Neruda como fica o amor dos corpos lunares
e todo o fogo vulcão veias de leite e mel

Como ficam as mãos secas de calor em festa
e as ruas a calcorrear em corpos de suor depois de Neruda

(Maio – Junho 12)
 
Autor: Carlos Teixeira Luís