Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 19 de junho de 2010

A AVE DO CHÃO




A ave do chão...
Autora: Silviah Carvalho

Um dia...
Um pássaro bonito, porém, solitário, por seu lindo canto é chamado canário, ele tinha uma longa missão, porém, sem saber, pra que lado voar e voar para quê?
Ali no seu ninho exercia o domínio, era dono de si, voar, só por prazer, poucas vezes descia ao chão, o aconchego do ninho aquecia seu corpo, esfriando por vezes o seu coração. Tinha as aves vizinhas, que com seus belos cantos procuravam agradá-lo, eximindo-o de sua missão, mas, um pássaro com uma missão é um anjo com uma espada na mão certo da vitória voa pra vencer. E a ave solitária sai do seu ninho, sem saber ao certo qual o caminho, segue ao norte e pousa no topo de um ipê, pobre canário bonito, deixou tudo o que tinha para o instinto obedecer, no peito saudade do ninho e mesmo muito sozinho outro ninho fez no ipê.
Ali do alto cantava exibindo sua beleza, novo território demarcava com seu canto de tristeza, mas um dia a tempestade revelou sua missão, bateu forte na floresta jogando uma ave no chão.
Seguro no lugar onde estava, o canário a tudo observava, mas pouco podia fazer, via no chão a pobre ave, mas a chuva não o deixava descer.

Porém, mais só, era a ave do chão, com fome, ferida e na tempestade, pouco tempo iria viver!
Mas a ave missionária fez seu título valer, desceu do topo onde estava e a ave ferida veio logo socorrer, cobriu-a com sua asa esperando a chuva passar, aqueceu, alimentou, fortaleceu, até tentou fazê-la voar, porém, a ave do chão, não encontra forças pra se renovar.


Mas o canário cumpre sua missão: Descer, alimentar e proteger.
Isso pode ser alusão?
Por que, sou eu a ave do chão. E o canário, parece você!

Autora: Silviah Carvalho

MAR DE ROSAS (Sylvia Araujo)



E o mar,
Vestido de preto,
Cravejado de noite,
É corpo despido
-Lançado na areia.
Na brisa,
Quase sem vida,
Vive.
Do cheiro das rosas,
Do leito nu
Invadido de amor.

Autora: Sylvia Araujo