Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 1 de junho de 2012

delírios de uma gota de espuma


baila a gota de espuma
sob o olho atento
do vento

ainda ontem
quando era criança
meu maior segredo
era a felicidade

a gota de espuma
baila sob o vento
de olhos atentos

a gota de espuma
é uma criança
com a felicidade
nos bolsos...

Poema de Caíto

FULANAS DE TAL...



FULANAS DE TAL
 

-Criado em 2010, o grupo feminino cultural da Baixada Fluminense Fulanas de Tal
é formado por cinco mulheres de grande personalidade, e com muito conhecimento sobre arte e cultura. São elas, as poetisas Ivone Landim, Camila Senna, Aline Merilene, e Gabriela Boechat, que também é artista plástica; e a estudante de Cinema, Yasmin Thayná.



O grupo surgiu da ideia de Ivone Landim, que não se conformava com a situação e a posição da mulher em nossa sociedade, e resolveu formar com mais quatro amigas, um coletivo que agregasse pessoas interessadas pela natureza humana, voltado tanto para homens como para mulheres, mas com um olhar feminino, carinhoso, atento e sagaz. Dessa primeira formação foram reunidas, poetisas, críticas, pesquisadoras e artistas fluminenses, com o objetivo de promover intervenções culturais em todo o território da Baixada Fluminense. O nome “Fulanas” é uma homenagem a um poema escrito pela artista. A comunicação entre elas é realizada por e-mail, e cada uma é encarregada de exercer uma função no Grupo.

A formação original do grupo Fulanas de Tal é composta por Ivone Landim, poetisa, professora de Literatura Brasileira, e ativista cultural desde a adolescência. É a adjunta pedagógica da Coordenadora da FAETEC de Nova Iguaçu; e educadora do Ensino de Jovens e Adultos - EJA na Escola Municipal Heliópolis, em Belford Roxo, com o Projeto “Gramática Afetiva”. Fundou em 2008, com Dida Nascimento, Márcio Rufino, Jorge Medeiros, e outros poetas, o grupo Pó de Poesia. Participou do grupo poético Desmaio Público, criado na década de 1990, por César Ray e Eud Pestana, onde despertou seu interesse pelas letras. Ganhou em 2010, o Prêmio Especial de Literatura da Baixada com o projeto Entre Linhas. Começou a despertar o interesse por debates, quando começou a participar de grupos de mulheres, que discutiam sobre a reflexão de gênero, e garante ter aprendido muito com elas. Obteve grande sucesso com “Aprisco da Palavra”, um fanzine criado para combater a intolerância religiosa, debatendo a religião de maneira mais abrangente. Nascida e criada em Mesquita, veio de uma família humilde, e desde criança sempre foi apaixonada pela leitura. Ivone é a responsável pelas matérias culturais publicadas no Fanzine.

O termo Fanzine é derivado das palavras inglesas fanatic (fan + maga [zine]). Ele se caracteriza por uma mistura de gêneros da imprensa alternativa, ou seja, uma forma de veicular a produção artística ou a informação sobre temas variados. O que define o fanzine é aquilo que o editor deseja compartilhar com seus leitores. Para Ivone “os fanzines são Pontos de Leituras que circulam nos territórios de forma alternativa, em relação às mídias já existentes, caracterizando-os como equipamentos pedagógicos para difundir a leitura entre os seus alunos. Os fanzines possuem a proposta de trabalhar o recorte e a colagem unindo, assim, as artes visuais e a literatura. A intenção é promover de forma sociocultural, o compromisso com a leitura e a escrita, estimulando a juventude a produzir textos e a utilizá-los como forma de divulgação, expondo suas ideias e a sua criatividade.”

A segunda integrante é a poeta Camila Senna, que cuida do Blog das Fulanas de Tal. Camila já escreveu várias poesias, entre elas, O tempo passa, mas não apaga; A melodia da Vitória; A natureza e sua essência; Vento, Assim é Paraty; Caminhando; Para os destemidos; Não quero ser figurante; Falta tudo, menos veneno; Negro de Valor; Suas digitais em mim; Criatura etérea; e Maria Ninguém. ”Mãe, por ser abençoada. Mulher por natureza e puro ímpeto! Sou ponto. Sou vírgula, Sou reticências... Sou loucura serena, intensa e quente exclamação!... Meu sorriso largo mascara a ausência, a carência. Sou todo esse barulho dos meus versos desnudos. Sou urgência! Prazer”. Camila faz parte das seguintes Antologias: III Prêmio Litteris de Cultura com Amor – Ontem, Hoje e Sempre; Papo Cabeça, coletânea juvenil; Do Brasil para Frankfurt, mais que um país uma inspiração; Do Brasil para Guadalajara, o melhor da nossa terra; Palavras sem fronteiras, do Brasil para Buenos Aires; Poesias Encantadas 1ª e 2ª edição.

Aline Merilene é a terceira integrante do Grupo Cultural Fulanas de Tal. Escreve desde seus 14 anos de idade. Toda sua formação acadêmica se deu na rede pública de ensino. Concluiu o Ensino Médio na Escola Técnica Estadual João do Nascimento (FAETEC) em Nova Iguaçu, onde teve a oportunidade de fazer parte do projeto Entre Linhas, criado e coordenado pela sua professora de literatura, Ivone Landim, onde mais tarde se tornou editora-chefe, atualmente não participa mais desse Projeto. Fez parte também do grupo Pó de Poesia. Já escreveu cerca de 50 poesias, e continua compondo outras novas, para um dia publicar seu livro cujo título Delírio Poético, já está definido. Entre outros poemas de sua autoria estão: Desabafo, Mistério, Morada da Poesia, Telas Paralelas, O Mar, e Nostalgia. Aline é estudante de Letras; e amante de filosofia, psiquiatria e psicologia.

A quarta integrante é a artista plástica e poetisa Gabriela Boechat, que contribui com o Coletivo Cultural com suas ideias e trabalhos. Muito atuante na região da Baixada Fluminense, é formada em Educação Física e professora da Rede de Ensino de Mesquita. Segundo Gabriela, “apesar de sempre ter observado o mundo ao meu redor com outros olhos e outras cores, a inspiração para pintar aconteceu de repente e tem se mantido contínua e progressiva desde então.” No ano de 2010, organizou com outras pessoas, uma exposição no Centro Cultural Donana, cujo trabalho O Nu da minha Voz ilustrou a Gambiarra Profana, grupo de artistas que participa. O trabalho "ventos na primavera" ilustrou a capa o livro de poesias homônimo do artista Arnoldo Pimentel. Gabriela trabalha com telas, paineis, ilustrações, e caricaturas, em técnicas variadas.

Yasmin Thayná, estudante de cinema é a quinta integrante do Coletivo Cultural. “Menina, mulher, sagaz. Eletrotécnica, literata, cineasta. Cabelos com flor, com cor, cabelos únicos! Sorriso sincero, olhar tímido, estilo próprio. Chaveiros exóticos, mochila pesada, livros e filmes na cabeça. Yasmin conta que, desde que foi apresentada por Miguel Nagle ao curta “Um Dia de Laura”, foi inserida no mundo do cinema. “Fui fazer um curso com o Miguel, em janeiro de 2010, chamado ‘Do Roteiro à Prática’; e juntos fizemos o curta-metragem ‘Ciclo Eterno das Mudáveis Coisas’. Posteriormente se candidatou a uma vaga para produção de roteiro, e passou. Escritora assídua, roteirista, leitora, cinéfila, e ativista cultural. Este é o perfil de Yasmin, que com mais duas componentes das Fulanas de Tal, é responsável por disponibilizar matérias e ideias que contribuem para o sucesso do grupo.

O Grupo Cultural Fulanas de Tal, permite que outras mulheres, cujo perfil tenha identificação com o trabalho desenvolvido pelo Coletivo, entrem na Rede Mundial e façam parte do elenco, pois o foco do seu trabalho é estimulação da leitura, e a comunicação alternativa. Para mais informações acesse http://poesiasfulanasdetal.blogspot.com.br/

Por Ludimila Bernardes e Seny Fonseca
Revisão: Seny Fonseca
Fotos: Ludimila Bernardes e Divulgação.






poema para um dia de chuva


no naylon preto
do guarda-chuva
tina-tinindo canção.

canção
flechada do céu,

senta a pua
no peito do pé,
molha o sossego do gueto.

chuva-chovendo canção:
percussão nas poças da rua.


Poema de Edílson José

vai-se o tempo em meus olhos


as noites silenciosas
correm como um mar de vinho
odor de rouge e perfume dançando pelo ar
o trigo secando lá fora
a luz do jardim atravessa a cortina
como um sino dos ventos

quanto mais longe fico de mim
mais nego teu nome como lembrança
respiro o nada
o que não se pode expressar
lenta e apaixonadamente
de forma que não se cale




Poema de Vânia Lopez