Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 11 de dezembro de 2010

Esfinge




















Cofre mudo de aço e espelho,
Quem irá te interpretar
Os códigos e os segredos?
Refletes prédios e carros,
Árvores, gentes e cúpulas,
Mas quem pode ser o espelho
Do espelho em si refletido?
A que Édipo te propões,
Se não há quem te refrate
Nesta manhã tropical?
Se não há quem te decifre
Nesta cidade de enigmas
A refletirem-se em ti?
Tua estrutura de vidro,
De aço e de viga em espaço
Exposto à luz litorânea,
Sobre corpos quase nus,
Não revela teus segredos,
Não revela qualquer vão,
Tua hermética nudez,
Nem descuido de janela
Descerrada por acaso
A ferir a geometria
Regular de tuas linhas.
Apenas à noite deixas
Entrever teus escritórios,
Uns parcos interiores
Já de cripta e desertos,
Sem as gentes que de dia
Tu enclausuras com mistérios
Invioláveis aos de dentro
E aos de fora amalgamados
Pela forma e arquitetura
Especular do edifício
A representar a efígie
Pelas estradas e escadas
De nossa vida diária.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.