Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011




Nesse jogo intenso
Vívido, voraz, feroz
Cheio de verdades inteiras
E meias verdades
E inverdades
Eu nunca mais vou dizer
O que penso
Só não consigo esconder
O que realmente sinto

Jorge Medeiros

Pombais

Abrigados nos pombais da cidade
eis que vejo os pombos.
Vez ou outra
fazem festa nas rações
dos domesticados
cães e gatos.
Com a proximidade
alçam vôo longo...
Misturam-se na multidão
que os espremem.
Creio que partem
por seus sonhos.
À um mundo distante
de paz e esquecimento!
Mas logo percebo o engano.
Eles voltam ao lar.
E já nem sei
a quem deveras
pertencem os beirais, as casas.
Só sei que estão sempre lá
nos pombais.
Os mais antigos moradores
da grande cidade.

Poema de Rosângela Ataíde.

Boca de lobo/Olho da rua

Poema Pirata

Cuidado com o cão!
Cuidado com o ladrão!
Eu sou um mal-intencionado
mas o que vale é a intenção.

E
já que estamos todos aqui
eu proponho um suicídio em massa.
E que passe o que passa!
E
já que estamos todos aqui
eu proponho um suicídio coletivo.
Televisionado e ao vivo!

Estamos todos
quase prontos
para o subsídio.

Paciência!
: mercado informal ou indigência.

Quadrilhas

puxador de fumo
que puxou cana
por puxar carro
chupa e assovia ao mesmo tempo

camisinha furada
pneu furado
papo furado
não valem um tostão furado

carta virada
é carta marcada
carta marcada
é só mais uma carta fora do baralho

beco sem saída
casa abandonada
terreno baldio
depósitos de carros e corpos

Quebre a Rotina do Território Alheio

galo ou relógio
trabalho ao sol
olho por olho
gato por lebre
olho gordo

defenda seu território
com unhas e dentes
e ruja

galo ou relógio
trabalho ao sol
dente por dente
tintim por tintim
dente podre

defenda seu território
com muros e grades
e mije

galo ou relógio
trabalho ao sol
sacuda o vizinho
acuda o vizinho
língua ferina

Poemas de Andri Carvão