Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

,saturam-me

saturam-me o dia indeciso, a lua,
qual buraco amarelado em De sterrennacht, 

esta loucura que se esvai, definha, 

as cartas de amor e quem nunca as teve,
as palavras que não saem, entopem, engasgam-me,
que provocam vômitos de sangue, ou de vinho tinto,

satura-me a foda que não dei,

o nojo, o grito.

satura-me esse alguém que se quer ninguém,

esse ninguém que se diz uno, indivisível,
que Job questionou,

a mesa de poker envolta pelo fumo dos cigarros queimados,
o vício, a presunção da água benta, a morfina,

saturam-me

as noites perdidas que se julgavam desvendadas,
embriagadas,
as manhãs pelas tardes a dormir, 
(a barba por fazer).

e tantas vezes me saturo de mim que me satura o pensar,
a verve,

suturo a pele das cicatrizes abertas que me saturam
nestes perenes murmúrios, inacabados.

(I)

(intermináveis...)



Poema de Francisco Duarte

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