Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
sábado, 5 de maio de 2012
as velas
I
fala-me dos nenúfares que as núvens
cobrem,
nos barcos naufragados em terra onde nasceram flores silvestres,
das cores soltas pelo pôr-do-sol
que levantam alguns ventos sem direção,
escondem-se outros.
[Ou...],
nessas palavras em que o verso grita sem destino,
aurora seja,
ou...
qual a cor do amar[?]. Pinta-o numa parede em ruínas,
eu,
II
as velas
libertam-se dos mastros de carvalho, regressam com as migrações
das aves,
liberta-me de mim,
e envolve-me o olhar cansado, arrastado-o como num tango em circulos,
os passos tocam-se levemente,
apenas levemente.
Sabes, eu nunca esqueci
porque sonhava naquelas noites com o mar,
era-me maremoto sem as margens que oprimiam, delimitavam.
Liberta de mim o mar que ainda me restou.
Poema de Ricardo Pocinho (Transversal)