Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 21 de abril de 2012

embrulhou o silêncio ao remetente


deixou o bordado
citou Baudelaire
abordou o rímel com zelo
enquanto o batom ganhava cor na boca
deixou uma ilusãozinha revirando a esquina
cegou as unhas com um vermelho puro
demitiu a meia arrastão
como anjos dispensando a penitência
o espelho sorriu com um brilho de loba rouca
encheu de suspense o relógio
sem trégua derramou os segundos
confortou o perfume Frances entre os seios
desinteressadamente,
como se o corpo estivesse longe
inundou o decote com as costas nuas
o tornozelo ia e voltava dançando na tornozeleira
a música mandava na vontade
apertou a alma dentro do vestido
invadiu a noite

a madrugada não voltou pra casa
sereníssima da silva
(sumiu para sempre estar ao seu lado...)



Poema de Vânia Lopez

molécula de água


nas farpas do arame
pingos cristalizados
- em degelo - refrigeram
o olho de fogo

e

nos lisos do fio
- de alta tensão -
andorinhas ajuntadas
invernam no tempo invernado.


Poema de Edilson José