Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O tempo passa, mas não apaga...




Calai-me quando te vi.
Fui pega de surpresa
pela presença iluminada.
Fiquei encantada ao
mesmo tempo assustada
com fragmentos que ainda restavam.
Sentimento é algo incrível,
distante, pensa até que morreu.
Quando frente a frente,
tem a certeza que
sempre esteve ali...
Adormecido,
mas jamais esquecido.



(((Camila Senna)))

Hubble



















Sou de certo um ser histórico,
Mas também (e está provado)
Dos altos céus, astronômico.
Caminho sob vetustas
E pesadas estruturas,
Enfrentando as tempestades
À sombra dos monumentos,
Debaixo do guarda-chuva
Com pessoas que se perdem
Cabisbaixas e famintas
Por extensas avenidas.
Sou de certo um ser histórico,
Vivo naus e afogamentos
Aos pés da severa estátua
De monarcas do passado
E cruéis conquistadores.
Sou gente urbana e comum,
Um latino-americano
Num bonde que segue rotas
Do nada a lugar nenhum,
Levando homens em assentos
Que viajam flatulências
Do emprego e da profissão.
Olho para o céu e sei
Que nas vastas amplidões
A gigante Betelgeuse
Enfim explodirá numa
Emanação de partículas
E gás inter-estelares,
Pois sob o espelho primário,
Telescópico, do Hubble,
Minha torre de vigia,
Toda nossa crença e história,
Nossos prédios e cidades,
Mausoléus e monumentos
Pesam e perduram tanto
Quanto a mão de uma criança.

Felipe Mendonça -
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