Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ALMA INQUIETA



Quem vai salvar minha alma agora
nos caminhos tortuosos e sombrios
nos becos escuros e sem saída
nos passos perdidos a esmo?

Minha alma clama liberdade
chama pela fé que acalma o espírito
Mas como suportar esse torpor
essa coisa quente correndo nas veias?

Mas como suportar esse batimento acelerado
essa nuvens que cobrem minha retina
esse tremor nas mãos nuas e frias
essa destemperada aflição que me preenche?

Como suportar esse vazio de vida
essa busca de algo inexistente
esse querer que não se define
essa prisão que oprime?

Quem vai salvar minha alma agora
se desde que me entendo no mundo
essa solidão no peito me devora
e esse grito preso não quer se calar?

Onde encontrar um abrigo farto
um afeto que seja puro e exato
na medida certa para o meu desejo
em braços que acolham sem medidas?

Quem vai salvar minha alma agora
enquanto o silêncio se resguarda
em palavras não pronunciadas e omissas
enquanto o corpo pede mais espaço?

No chão de cimento e pedras
calejo meus pés sem descanso
Na ternura não encontro meu remanso
nem nas noites que se erguem como sombras

Meu corpo adormece no cansaço das horas
ao sono me entrego sem resistência
Tomara este possa acalmar a inquietude
em meu coração de sal e sangue


Ianê Mello


*Desenho de ERIKA KUHN


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