Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 9 de março de 2010

TUDO QUE EU QUERIA TER



TUDO QUE EU QUERIA

Tudo que eu queria ter
Era um pedaço de papel e uma caneta
Para escrever minha própria vida
Minhas próprias escolhas
Minha própria sorte

Tudo que eu queria encontrar
Era uma garrafa boiando no mar
Trazendo uma carta sua que me desse esperança
E me fizesse sonhar, viajando no meu próprio tempo
Vencendo barreiras e fronteiras a nos separar

Tudo que eu queria sonhar
Era com minha própria aquarela
Pintar meu próprio céu, aonde na
Realidade estivesse você e que
Nosso encontro deixasse de ser um conto

Tudo que eu queria ser
Era o papel que está escrito minha vida
Para poder ficar na chuva, para molhar
Até a tinta sumir até deixar de existir
Pois a vida não é vida, se você não está aqui

Autor: Arnoldo Pimentel

Dos homens sem cor

Os dias sem você são noites em claro
em que cegamente me calo
para ouvir minha voz.

Mas já não há razão na própria certeza
da minha indócil nobre pobreza
de Mágico de Orós.

Dei-me como açoite a negra sorte
das nuvens brancas do norte
que inundam as folhas do açaí.

Seresteiras como moscas brejeiras
incestuosas e carniceiras
no meu corpo de faquir.

No refluxo ancestral me deito
por entre togas jaz o meu leito
em espasmos venéreos.

Porém nada há de apagar o que nunca foi escrito
no som perfuro-cortante de um beijo ilícito
da amancebidade dos restos.


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