Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 19 de novembro de 2011

Divina Perfeição

Verde vermelho
dourado prateado
lindas cores
lindas luzes
e brilhos
nessa época festiva
a esperança brota
(mais uma vez em nossos corações!)
Que lindo!
Que paz,
e que harmonia encantadoras!
É tempo de confraternização,
união entre seres, famílias,
brindamos à glória do nosso grandioso
Senhor
...
Depois?! ...
Ah! ... Confraternizaremos de novo!
Ziriguidum, é carnaval
folia, festa da carne (nua e crua) ...
E todos digam,
mais uma vez,
Amém!
Assim seja!

Jorge Medeiros
(19/11/2011)

Três poemas de Vânia Lopez

o que se escreve sozinho

canto a voz colorida da tela
as tardes quentes de longas tranças
mil girassóis cabem dentro da minha mão
como um vento curioso
sangrando a morte dos sapatos novos
em gritos largos
há na dor um brilho que cega
o gosto da sua boca
no dourado em contraste com as horas
que perseguem sem trégua
o frio turva
a morte espera na rua
tudo que sou quebra-se em mil espelhos
atrás da porta o vazio me recebe
em murmúrios cálidos
sofrido, vivo
arranhando a tristeza em lágrimas que calam
numa dor pintada na coragem de ser feliz
chorando o vazio que sente
no mais obstinado poema
rompe em pedaços
na sola do sapato de alguém...

na linha de alinhavar...

amor mergulhe nos gestos
armados de dentes de lírios
de mil nuvens afogadas no pêssego
observe até que meu corpo
se torne uma melodia
até poder entoá-la a plenos pulmões

rouba os lábios da noite
inerte no vale do seu umbigo
eu vivo como uma nuvem mergulhada no céu
morrendo no azul imortal
miserável e pleno
solto nas horas da tua sobrancelha

é como se eu não pudesse te reconhecer mais
para saber quem sou
acabo voltando para morrer
morro-te em ais na ponta do lápis

sem uma linha escrita
deixa-me em rostos mortos
penando por ti em sussurros estendidos
em jornais antigos

enche então o instante
como um anfitrião generoso
e uma refeição quente
num jeito de esquecer

ou deixa-me sentir a música parar
molhada de orvalho
que lentamente passa
como alguma coisa que se perdeu
num duelo de vestido sem asas...

Pode marcar a hora e o lugar...

venha bem vestida
na melhor roupa
como se fosse o último bolero
rasgando dentro de mim

beije-me demoradamente
me olhe do jeito que sempre sonhei

numa palavra rude
rasgue-se em pulsos suicidas
em plena Colômbia junto aos guerrilheiros

só não venha no meio de um banho no chafariz
muito menos na melhor noitada
sem futuro que ainda viverei
também não seja besta igual uma queda de chuveiro!

morte acho que vou te matar!
você que mata tudo...
vais morrer em decepção
...já ando morrendo há tanto tempo
(que posso respirar em seu pescoço)
-E te aviso:
a conta não fecha nunca!

(em mel e enxame)


Poemas de Vânia Lopez