Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Casantiga




É tão bom viver numa casantiga
No meio do mato
Entre verdes pastos
Sentindo uma brisa amiga.

Casa coberta de telhado
Pra quando a chuva cair
A gente melhor escutar
Velho moço tocando violão
Pra quando avião passar
A gente nem olhar.

Grandes árvores
Dando gostosos frutos pra gente comer
E dos arranha-céus e das torres de babel
A gente se esquecer.

Feijão mineiro, arroz carreteiro, que amor.
Salada sem vida e sem cor de restaurante, que horror.
Uma galinha e seus pintinhos, observo.
Para as mães não jogarem mais seus filhos no lixo, à Deus peço.

Morro alto pra gente se matar de subir
Pras escadas rolantes dos shoppings num tô nem aí.
Leite fervido da vaca, me acabo.
Leite em pó, milk shake, recusado.

Trotar de cavalos saudáveis puxando carroças, legal.
Barulho de motores de automóveis, infernal.
Borboleta saindo de dentro da crisálida, adoro.
Rato saindo de dentro do esgoto, ignoro.

Na rede à tardinha me ajeito
O colchão duro e fino da cama rejeito
Pelas velhas lendas desta terra me interesso
Estórias de Batmans e Rambos da vida desprezo.

É a natureza. A criação. A verdade.
A origem. A revelação. A identidade.
De um povo. Uma vida. Uma nação.
Uma cultura. Uma dignidade. Uma canção.

Perdidos no meio do nada.
No meio da caatinga.
No meio da estrada.
Dentro de uma casantiga.

(Marcio Rufino)

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