Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Jardim

Neste jardim em que há muito
Não cultivo, não passo ou cuido,
Quero plantar, pôr botas
E mexer na terra, lançar fora
Seixos e abrolhos.
Nele quero voltar a labutar,
A amar e a cantar,
Ver minha gota de bile
Irrigando a terra.
Quero regá-lo pela manhã,
Embalá-lo no berço do solo maninho
E contemplá-lo do meu alpendre.
Quero levantar bem cedo,
Preparar meu espírito,
Pegar na pá e no ancinho
E não deixar que o sono
Se prolongue
Para despertar minha esposa
E dar bom exemplo ao meu filho.
Não quero ver outra vez
O trabalho perdido,
O mato crescendo
E o espírito alquebrado
Sem saber como recomeçar.
Assim quando a primavera chegar
E eu já estiver morto,
Depositem no meu túmulo
Tanta rosa e gente vingadas
Que um dia disseram fanadas.

Felipe Mendonça -
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