Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 21 de fevereiro de 2010

SEM LEMBRANÇAS BOAS NA MOCHILA



SEM LEMBRANÇAS BOAS NA MOCHILA

Vou partir sem olhar pra trás
Esquecer todo o bem que foi feito
Porque os ladrilhos quebrados
Sempre cortam mais fundo a carne crua

As lembranças boas não servem na estrada
São apenas ítens que farão a mochila pesar mais
Enquanto a sede agrava a solidão que deveria morrer logo
Para não deixar vestígios na poeira

Talvez eu não tenha mesmo direito de viver na lua
Tenho perdido água durante a noite sem desejo de viver
Meu coração já não sente o bater da aurora
Bem sei que o dia não amanhece no meu bosque

Sou filhote de lobo faminto sem presa para caçar
Sem vírgula para separar as frases sem sentido
Um grito solto no deserto escuro
Tentando ser ouvido nos muros do paraíso

Meu paraíso naufragou numa noite sem chuva
Nem meus braços puderam alcançar uma ilha
Vou padecer sem lembranças boas na mochila
As lembranças saciavam minha sede e escorreram para o chão seco

Meu corpo deixará de ser meu abrigo
Vou vagar no deserto longe do sol
Serei o ato descartado no final da peça
Palco vazio que ficou sem vida

Autor: Arnoldo Pimentel

3 comentários:

Unknown disse...

Arnaldo, depois de um tempinho, eu vim visitar este outro espaço teu.
Confesso que adorei este poema, me lembrou um filme que eu assistir,Amor sem escalas, o contexto são diferentes, mas ambos falam do peso das mochilas.
É sempre bom ler belas palavras por quem sabe fazer bom uso delas.
Prometo voltar mais vezes.
Beijos

SAM disse...

Querido poeta,

a tristeza que faz morada nos seus versos transforma-se em beleza na sua arte do que vê e sente.Lindo!

Carinhoso beijo

Jal Magalhães disse...

Que esteja sem lembranças boas na mochila mas que não existam também as más.. que ela esteja vazia, bastante leve para que na caminhada, por vezes árdua, voce reserve espaço para as boas novas que por ventura possam surgir. Lindos versos amigo, parabéns!!