Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 29 de maio de 2010

CANÇÃO PARA NÃO MORRER, CANTIGA PARA NÃO MATAR

Dissolver a luz nas migalhas de enxofre,
quando quente
glorificar os parafusos que sustentam a prateleira
no perpetuar dos sonhos absortos sob a língua que não mais trepida,
mas que esconde com a palma de sua mão
o sangue que esvai pela hélice do ventilador
por roer o mórbido encarniçado
numa apostólica alegoria de carnaval.
Uma mão sem dedos acena,
sorri com seus nervos à espera dos
comichões promocionais
e entre suas indecifráveis linhas
o sapato cai,
o gato cai,
a faca cai
e o desespero sobe
--- Zé Pilintra avança com a sua bicicleta de dez marchas ---
o infinito pertence ao passado e ao futuro a agonia.
Adormece o anzol entre a massa encefálica de seu travesseiro de almas,
transparente-aparente-ardente o fel que se faz do excitar de suas entranhas,
sua voz = minha cruz
seus desejos = minhas vontades
seu gozar = minha vez de lamber o corrimento das feridas.



do livreto "Os Covardes Também Cantam Canções de Amor"
de Sergio-SalleS-oigerS
₢.2000 - Gambiarra Profana / Folha Cultural Pataxó

Um comentário:

Marcio Rufino disse...

Discordo completamente da Ivone Landim quando ela diz que o Arnoldo Pimentel é nosso Augusto dos Anjos. Pra mim o nosso Augusto dos Ajos é vc, Sergio Salles-Oigers. Só vc tem esse poder de nos impactar com seus chocantes, surpreendentes e contundentes, mas corajosos e sensíveis poemas. Abrçs!!!