Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Indócil Idílio




Devido a feroz solidão que em meu peito aperta
Eu nem me dou conta da reluzente estrela cadente
Que bem devagar e sem cerimônia despenca na nossa frente
Dizendo que a luz que aponta para o nosso futuro é muito incerta.

Era uma noite melancólica
Os comércios estavam fechados
Nossos passos eram largos
E a gente passeava pela rua bucólica.

As coisas aparecem e desaparecem sem deixar rastro
No mundo tudo passa muito rápido
Os pensamentos se diluem como se tomassem ácido
Ou se quebram com facilidade como vaso de alabastro.

Este seu ar de quem subjugou toda uma cilvilização
E percebeu que isso não valeu de nada
Lembra o soldado que, aleijado, tenta manter a guarda.
Tudo cai aos nossos pés; cidades, pessoas, menos um coração.

Conforme nossos atos, podemos ser na vida animais ou vermes
Mas sempre estamos atrás de algo que se reproduza
Acho que em outra vida fui a espada com a qual Perseu cortou a cabeça da Medusa
Ou com a qual Judite cortou a cabeça de Holofernes.

De meu ser e minha gente sou orgulhoso
Amar a mim e a meu povo é o que me resta.
Nunca diga que uma pessoa não presta
Pois cada ser-humano é um mistério mavioso.

Enquanto julgavas que era para teu pé um calo
E na tua vida nada mais que um peso morto
Eu me perdia nas matas negras do teu corpo
E descobria que teu coração morava dentro do teu falo.

Quem haverá de salvar nossa juventude alada
Enxugar suas lágrimas de Alexandre castrado
Que chora amores perdidos do passado
Lamenta toda sua virilidade prostrada?

De tudo que não é do bem eu tenho asco
Mas o meu sonho é nós nos entendermos sem compromisso
Botarmos para fora todo desejo reprimidamente omisso
Rei Salomão e a Rainha de Sabá fazendo amor numa cama de Damasco.

Sei que de meu opróbrio não sou digno de redenção
Cabe a mim gemer o gemido atroz da ema
Queria ser mais imortal do que um lindo poema
Mas minha humanidade é a minha real maldição.

Nosso caso com muita dificuldade respira
Nas veredas tortuosas de suas artérias
Morrendo para dar vida a outras matérias
Na superfície da minha pele que transpira.

O lance é mandarmos o medo para um lugr onde ele se debande
Resgatamos nossa sinceridade perdida de criança
Reconquistarmos com labuta nossa auto-confiança
Pois dizer "eu te amo" é uma responsabilidade muito grande.

Marcio Rufino
Todos os direitos reservados

3 comentários:

Arnoldo Pimentel disse...

Ler seus poemas Márcio é viajar em cada verso de uma forma toda nossa, não importando se está passando uma estrela cadente, pois enquanto lemos nem percebemos.Parabéns.

Roseli disse...

Márcio, li agora seu poema,lembra poetas como ´
Álvares de Azevedo, Gonçalves Dias, gostei do estilo, da colocação das palavras,lindo o poema,temos que adentrar nele, e sentir. Gostei.Parabéns.

Jorge Medeiros disse...

Olá, amigo para nos entendermos è preciso ter compromisso, senão tudo fica superficial demais. Linda poesia!