Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Eu hoje acordei com o pé esquerdo

Hoje, acordei com o pé esquerdo

Hoje, acordei com o pé esquerdo, sendo mais explicito, digo que me despertei com o meu pé esquerdo; Quanto ao direito, ignorando-o, ou não podendo dele me livrar - o que é mais provável - despertei-me também, com o meu pé direito.
Antes de continuarmos com este assunto que tem pé e cabeça, faço-lhe um pedido, ou, até recomendo-lhe com insistência, que me atenda e olhe debaixo do seu pé esquerdo; veja a sua face plantar dele; ainda que a curiosidade queira torcer-lhe o tornozelo direito, para também, deste lado, olhar debaixo do seu homólogo - o do pé esquerdo - afirmo e peço-lhe que tenha certeza maior: Não há necessidade de procurar o que não há, pois, ressalvando alguma pequenina e insignificante diferença anatômica que entre eles possa existir, tudo diferente que um apresenta em relação ao outro, não passa de suas posições “trans” essenciais para ambos.
Agora, levemos a sério este assunto e analisemos um grande e impiedoso paradoxo:
Nós os destros, temos em mente que nosso pé direito é o mais forte. Sendo assim, ele - o todo poderoso e senhor de si - é sempre aquele que dá o primeiro passo, e o faz com firmeza, com maior segurança, com muito equilíbrio, enfim, com grande determinação. Eis abaixo, uma proposição falsa! Ainda assim, há de gerar outra que verdadeira será. Senão, vejamos:
Quase sempre o nosso pé esquerdo não podendo evitar, pois nenhuma prerrogativa tem, uma vez que é o mais fraco, vai seguindo o seu irmão direito passo a passo, ainda que este tropece. Mas, se já no primeiro passo, antes de uma caminhada, consentirmos que pelo nosso pé esquerdo, a iniciativa seja tomada, forçosamente, teremos que fazê-lo com mais cautela; haveremos de avaliar com mais atenção o terreno; analisaremos os nossos movimentos, ainda antes de executá-los; julgaremos a nossa postura corporal, com mais critério; deixaremos livres nossas mãos, e, sobretudo, haveremos de julgar serenamente, a conveniência da jornada empreendida; finalmente, sem nenhuma outra escolha, haveremos de contar com o apoio do nosso pé direito...
Note bem! Tão somente este nosso pé esquerdo e apenas ele, nos oferece esta prévia reflexão antes do primeiro passo; atendendo-o, algumas vezes, mudaremos o curso do nosso trajeto, antes que o nosso pé direito desastrosamente possa trilhar o caminho errado...
Que seja dada ao nosso pé esquerdo, a chance de iniciar uma caminhada, dando o primeiro passo; pois, ele mais que o direito, mais direito pode executá-lo...

Crônica de Elias Barbet

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