Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O mar escutava-me...

Juntos, tu e eu Caminhávamos.
Se estavas grávida, muito de novo, estarias, pois só hoje, deste à luz do sol, novas de tua prenhez.
Por linda e deserta praia, andávamos.
Tu e eu? Talvez! Tu, nosso filho e eu! Talvez!

Por livres e seguros, roupa, poderíamos nenhuma usar.
Agora, dois seres carregavas.
Poderiam meus olhos tuas pernas incomodar?
Não! Pois, se possível fosse, sonhando caminhavas.

O mar escutava-me! Só ao teu ventre, atenção davas!
A ti, em silêncio, pedia perdão, por quase tudo que fiz.
Só o mar ouvia-me! Apenas o mar, escutavas!
O mar dizia-me: Perdoado está, seja agora, feliz!

Sem receio algum, aqueles que com amor, deleitam a tenra vida, seguiam à frente.
Deveriam Alimentar meu desejo os seios da minha amada?
Responderam-me os grãos de areia: Amanhã talvez! Que espere o hedonista amante!
Alertava-me o mar: Deixe que caminhe em paz, por um novo ser, uma mulher apaixonada!

O azul dos teus olhos desbotava o anil dos céus.
Por mais lindos que fossem, antes, detinham-me teus lábios lindos.
Poderiam os meus lábios alcançar os teus?
Neste momento, assustou-me o mar dizendo com seus bramidos.

- Macho irracional! Não é filho de mulher? Já lhe disse, deixe-a em paz, não a toque!
- Espere! Continuou ele, pois a mãe da vida, para nova vida, livre quer ficar!
- Que em seu ventre, um novo ser, sossegado fique!
Se a mim, falava o senhor de todas as águas, dúvidas tive ao escutar.

Não conhece os pensamentos do homem, o mar!
Destas águas, nada ouvi; minha própria consciência falara-me, por preceito infundado.
Quero possuir esta mulher; antes e depois daqui, não há melhor lugar!
- O seu desejo, agora, não há de ser, e o que não deve ser, das minhas praias, será removido.

Assustei-me! Esta voz, só de um colosso viria.
Baixei os olhos, olhei para os pés da minha amada.
Seus seios avante seguiam; dos lindos lábios da minha razão de ser, ouvindo uma melodia.
Caminhamos livres, dois amantes apaixonados por uma nova vida.


Poema de Elias Barbet

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