Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 9 de março de 2012

Mulher

Ser mulher
É não querer do mundo
Jamais provar apenas
Uma colher,

Muito menos
Deixar de sofrer
A dor ao gozar
De prazer.

Ser mulher
É matar em si
Quem se troca
Por uma vida qualquer,

É ser o que se quer ser,
Mulher, desejo fundo
De jamais ser mãe
Senão de um novo mundo,

É querer ser muito mais,
Amar meninos
E vagabundos,
Poetas e assassinos,

Ser mulher
É coser
Para emaranhar-nos
Inda mais no querer,

Ser mulher:
Madalena, Lilith
Ou Helena a amar-nos
Como hiena ou menina,

Ah mulher,
São luas cheias
Tuas nádegas
E minha boca as pleiteia!

Ah mulher,
Esparjo-me
No teu seio e sexo
Sedento e gago.

Ah, e minha língua
Bebe teu gozo e saliva
Toda a vida
Que em ti nunca míngua!

E nos teus cabelos
Sorvo o perfume
Que me transporta
Aos altos cumes...

Sorvo tudo
Em longos haustos
O teu corpo desnudo
Onde me farto exausto.

É alongado espasmo
O meu gozo
É cair, transe, orgasmo,
Num fundo poço.

E quando descanso
Enfim
É porque te traduziste
Em mim...

E só descanso
Quando sei
Que foste além da colher
Que te impede mulher!

Quando sei
Que enfim
Cumpriste o teu mister
E te tornaste, sim!, a Mulher.

E o teu mister
É amar,
É querer beber
Todo o mar!

É saciar
Desejos inconfessos,
É quebrar
Os votos professos,

É rezar
Para o Diabo
E deixar que te amem
Toda, de cabo a rabo!

Ah mulher,
Que fizeste?
Estamos nus
E é a nossa nudez o que nos veste.

Mulher,
Que fizeste
Senão amar tanto
Santos e cafajestes,

A ver neste chão
No qual piso
Tudo que é sublime
E celeste?

Ah mulher!

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

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