Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 23 de abril de 2012

em flor


I


não sei se calarei a minha voz ou o eco,
cego o ego

pergunto-me se.

Se me envolveste mesmo no sonho
de ontem,
se o respirar era o teu?

Das flores do azevinho que deixaste
esquecidas pelo inverno passado,

ressuscitaram,
enraizadas nos corais amarelos que plantei no soalho de madeira

onde adormeciamos pela aurora.

II

em flor
da flor branca da orquidea

que o vento transporta em pétala,
migram ao longe
rios até ao mar,

cansam-se as tágides do tufão
que as empurra

como barcos à deriva perto de bojadores sem farol.

Avisa-me quando a solidão chegar ao poema,
se a ode entretanto se afundar

liberta as borboletas azuis
que ficaram aprisionadas pelo mar,

e procura-me no areal que aquela noite

deixou a descoberto,
descobre-nos.



Autor: Transversal

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