Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 19 de julho de 2012

carcohas, bicicletas & biplanos - 29

Paul Auster, escritor e cineasta. Este é um exemplo de um escritor que conseguiu desenvolver uma literatura americana, bairrista, de grande qualidade e absolutamente legível. E por isso mesmo, como é legível é considerado de menor qualidade em relação a outros autores seus contemporâneos. É o problema dos escritores legíveis. A sua narrativa por vezes minimalista e labiríntica tem uma familiaridade e originalidade reconhecível. O que é um feito. A sua Brooklyn particular faz-nos sentir um certo dejá vu, e para isso eu recomendo menos filmes americanos e mais atenção à escrita do homem em causa. Lá por se passar em Brooklyn grande parte da acção dos seus livros, não quer dizer mais do mesmo.
Não basta ler um livro de Auster, não basta ter lido a Trilogia de Nova Iorque, não basta ter visionado um dos seus filmes. No conjunto há uma obra, pronta a ser explorada como um turista apanhado numa rede de enganos e que se perde para nunca mais querer ser achado. Só assim se apanha o âmago da questão e em seguida entra-se em dúvida, rodopia-se numa roda obsessiva de quarteirão em quarteirão. Paul Auster não é Brooklyn mas habita-a e Brooklyn habita-o. E como leitores atentos, passa a habitar-nos.

Gosto muito dos seus filmes, produzidos ou realizados, em parceria com Wayne Chang, Lulu on the Bridge, com o habitual Harvey Keitel, Mira Sorvino, em volta de um saxofonista que leva um tiro, o seu Smoke, com o excelente William Hurt, Harvey Keitel, Forest Whitaker, e muitos outros, gente que se junta à volta duma loja de tabaco, este filme tem um prolongamento na espécie de documentário de bairro, que é Blue in the face, destaco uma participação de Lou Reed a falar do que gosta em Nova Iorque, e muito mais.
Há uma América que salta dos seus livros para o mundo, autêntica mas que não deixa de sonhar.

Paul Auster é casado com Siri Hustvedt, de ascendência norueguesa também ela escritora singular e de grande profundidade. Diferente de Auster como da noite para o dia. Os seus escritos são reflexivos e por vezes muito perto do ensaio. Um caso de um casal dedicado á Literatura e de grande talento. A História não repetiu muitos exemplos destes como se sabe. Mas este texto é sobre Paul Auster. Apenas para acrescentar que devia ser obrigatório ler este escritor. Experimentem. Comecem pela Trilogia de Nova Iorque, ou Loucuras de Brooklyn ou qualquer outro. Em Portugal são todos editados pela casa Edições Asa, agora no grupo Leya. Aposta do ex-editor da Asa e agora editor-responsável pela Porto Editora, Manuel Alberto Valente, homem de livros e autores, como antigamente.

Jul. 12

Autor: Carlos Teixeira Luís


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