Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sumário dos dias II

















A lua ergueu-se nos espaços
E nada disse.
Foi-se como ontem, hoje,
Sem nenhum murmúrio.
Passou o vento bulindo em tudo,
Causando grave alvoroto,
Tentando soprar as lembranças contra nós,
Mas não lhe entendemos o recado
Após o dia, o verão e o estio.
Passou apenas nos deixando
Uma noite sem nenhum fragor,
Paixão ou volúpia,
Sem anjo a tocar trombeta –
Noite, apenas noite, física,
Insonhada por todos os poetas.

Ao alvorecer,
A manhã trouxe-nos
As mesmas flores de ontem e amanhã:
Desenganadas!
Porém, não houve pesar ou frustração
Pela noite, pelo vento e as flores
Fanadas entre nossos dedos resignatários,
Sem nenhuma poesia.

Pois, como dormimos, acordamos,
Como acordamos, comemos,
Como comemos, repomo-nos,
Pequeninos às nossas funções,
Como nos repomos, produzimos
Como produzimos, amamos,
Como amamos, esquecemos,
Como esquecemos, esquecemos o que esquecemos,
E, então, morremos como nascemos,
Brotando sobre nossos túmulos de granito e cimento
As mesmas flores do amanhã,
Entre armas e sonhos imobilizados.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

Um comentário:

Arnoldo Pimentel disse...

Já li os dois Sumário dos Dias, é muito bom ter um poeta como você aqui no po-de-poesia.Parabéns