Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pombas

No dia fraturado,
Ainda me comovo.
Pra mim não há melhor
Imagem que me evoque
A dor de ser aqui
Que a de contusa pomba
Que tenta em vão voar,
Do chão segura alçar-se.
Sou esta pomba feia,
Que manca pisa o dia,
Em crimes repartidos,
Ferindo todo o alheio,
Ferindo toda gente,
Que não se entende e vê
Que como aquela pomba,
De um ego desmedido,
Mas sempre ignorado,
Também corre perigo,
Mancando o tempo todo,
Enquanto sente a vida
Tão débil levantar-se,
Mas já ferida e breve
Num vôo incerto e frágil –
Sois ave de má sina!
Fazer o quê? E agora?
Pergunta-me o silêncio,
Em meio ao alarido
De quem se acha feliz,
Sem ver que também manca
Por baixo dos casacos,
De capas e aparências
Expostas nas vitrines
Das lojas e balcões
Que cremes e cosméticos
Of’recem nos reclamos
A eterna juventude,
Com código de barras,
A dóceis avezinhas.
Não há respostas certas!
Somente mais perguntas
Que são sempre caladas,
Mas se materializam
No jovem que me assalta
Das vielas da miséria,
Na pomba que não voa
E cata estas migalhas
Ao rés de um chão mesquinho,
Sem ver que se aproxima
Um carro a esmagá-la.
Enfim, as suas penas,
Depois da imensa roda
Que passa impiedosa
Por sobre frágil corpo,
A mim comoverão
Num dia fraturado
Que conta para todos
A pena que por muitos
Eu sinto agora, aqui
Em meio às minhas penas –
Fantasmas de mim mesmo.

Felipe Mendonça -
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Um comentário:

Jorge Medeiros disse...

Bom ver vc com sua poesia aqui novamente. às vezes acho que o mundo não tem maios jeito, caminha pro destino fatal, às vezes acho que tudo pode ser transformado. Grande beijo!