Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 18 de junho de 2012

[...e quando cortas o verso a meio


...
e quando cortas o verso a meio, as partículas
que o vento arrasta, partilham-se por entre as núvens

no ocaso silencioso,
insites nos barcos a arder na baía,
insistes nas vozes que assombram as sombras,
insistes nos sonhos que eu não vislumbro, que não os meus

quão exaltados pelas síncopes do olhar.

Tudo e nada, como se o desejo prevalecesse,
assustam-me as coisas que sinto [que insistem].

Quando colas o verso pelo meio escaqueiro-me ao tormento,

recolocas as palavras que se reordenam sem pensar,
sem espantos, sem espantalhos,

e nesse contentamento teu que se me apega,
perpetua-se o esquecimento, que cá já não me pode alterar.

E insistes nos barcos, nas vozes e nos sonhos,
que não os meus.

Perdoa-me,
se me perco pela rota das açucenas em flor,
ou que me esqueça de ti por este instante apenas

[que seja].

Poema de Ricardo Pocinho (Transversal)

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