Um Pensamento Repentino e Libertador de Kjell Askildsen. Autor norueguês, Kjell Askildsen é considerado um mestre na narrativa breve ou conto. Este livro de 1987 ganhou o Prémio Riksmal, no seu país. O livro é uma recolha de alguns dos seus contos inclusive um dos seus primeiros publicados: “A partir de agora acompanho-te a casa”, editado em livro com o mesmo título nos anos cinquenta. Gostei de particularmente dos últimos 4 contos: “Ingrid Langbakke”, “Carl Lange”, “Últimas notas de Thomas F. para o público em geral” e “Um repentino pensamento libertador”. Reflexões sobre a solidão, a velhice, a aproximação da morte, os estranhos e perdidos relacionamentos entre pessoas, no casamento e no dia após dia. Gente que se cruza e gente que vive em conjunto mas não sabe nem consegue ser feliz em comunidade ou em família. Um grande escritor. Com um sentido de humor refinado, negro e irónico. Este livro comprado em troca de três almoços que não comi, já tem uma pequena lista de amigos à espera de um empréstimo para o lerem. Acho que farão muito bem. Boa leitura é o que lhes desejo. E vida longa.
23 Jan.
Os desenhos de Ramos Rosa trazem palavras descobertas na raiz do traço. Vão-se descobrindo a cada curva como uma lenta estrada de província. Às vezes estou no Alentejo e faz sol. Noutras vezes não sei onde estou e faz sol. Estar não me parece o verbo adequado para tanta inquietação mas é um verbo como outro qualquer. Senhor Ramos Rosa, as suas figuras femininas são tão divinas e suaves e doces. Como o seu sol, os seus desenhos, estimado senhor, deitam luz de sorriso, uma fonte que não incendeia mas enternece. Leva-me a colinas longe, muralhas, escarpas e dorsos de história. São tão belas as mãos, ágeis e corcéis de vento. Os desenhos de António Ramos Rosa, trazem pétalas deitadas com o perfume de brisa de um fim de tarde feliz.
01 Mar.
23 Jan.
Os desenhos de Ramos Rosa trazem palavras descobertas na raiz do traço. Vão-se descobrindo a cada curva como uma lenta estrada de província. Às vezes estou no Alentejo e faz sol. Noutras vezes não sei onde estou e faz sol. Estar não me parece o verbo adequado para tanta inquietação mas é um verbo como outro qualquer. Senhor Ramos Rosa, as suas figuras femininas são tão divinas e suaves e doces. Como o seu sol, os seus desenhos, estimado senhor, deitam luz de sorriso, uma fonte que não incendeia mas enternece. Leva-me a colinas longe, muralhas, escarpas e dorsos de história. São tão belas as mãos, ágeis e corcéis de vento. Os desenhos de António Ramos Rosa, trazem pétalas deitadas com o perfume de brisa de um fim de tarde feliz.
01 Mar.
Autor: Carlos Teixeira Luís
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