Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 7 de setembro de 2013

Na rua

Oferto ao meu povo
A gota de sangue, de bile,
Qual um novo Aquiles,
O peito aberto, desnudo
A encarar, no tumulto,
A ira dos escudos.

Empunho cartazes,
Flores e bandeiras
Em meio a gases sufocantes,
Mas não recuo,
Sigo adiante
Por avenidas e ruas.

MPL e CMP,
FNDC e CTB,
Sem teto e sem terra,
Juventude socialista
E via campesina,
Marcha das mulheres
Brancas ou camponesas
Santas ou negras,
Esperança e baluarte
Para quem antes
Não tinha norte ou estandarte.

Corro de tiros e bombas,
Picho prédios e muros
E invisto com paus e pedras
Contra as novas bastilhas
A oprimir com a polícia
O coração que sonha
Sitiado por feras.

Alimento as chamas
E convoco para a briga
Pois o que me inflama
É a sede por justiça.

Sejam padres, putas ou bichas,
Nazis ou anarquistas,
Crentes ou comunistas
Seguem todos,
Juntos pela pista
Até que retrocedam
Os homens de capacete
Com armas e porretes,
  
Até que morram todos
Os opressores do povo,
Deputados e senadores,
Malditos saqueadores!

Tomo todas as vias
Com multidões em passeatas.
Resisto à cavalaria
Com fogo e barricadas
E à tropa de choque
Com coquetel molotov.

Verás que um filho teu
De nada foge
E que o povo unido,
Black bloc,
Tudo pode,

Porque a nossa luta
Não é por um quinhão,
Por míseros centavos,
Mas para extirpar
Conluios, vis condutas,
Corruptos ignavos
E o espírito escravo
Do seio da nação.

Poema de Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

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